𝟐𝟒. unspoken truths

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Lana tateou a parede devagar, andando lentamente e em passos cegos pelo quarto até que alcançasse a cama, sua mão percorreu por debaixo do colchão e no momento em que ela tocou a arma que havia ali, sentiu algo encostar em sua nuca.

— Se pegar essa arma eu atiro, e pode acreditar, isso não vai ser problema nenhum para mim.

A voz lhe era familiar. E ela não queria acreditar que era mesmo quem pensava. Não podiam ter dado aquele deslize de deixar um inimigo na casa.

— Se afasta da cama lentamente — instruiu, a arma ainda pressionada contra a nuca de Lana. — Eu até que gostava de você, mas algumas coisas precisam ser feita. Você sabe como é.

Lana riu baixinho e sem humor, devagar se afastando da cama enquanto erguia as mãos.

— Você é a porra de uma vadia, Liang.

— É, eu sei. Não que isso seja um problema pra mim — respondeu, dando de ombros. — Pensei que fosse ser mais difícil enganar os Lees, mas vocês são só uns idiotas e me deram tudo de mão beijada.

Lana mordeu o lado de dentro da bochecha, em outras circunstâncias já teria matado a garota, mas estava em desvantagem ali. Agora tinha muito mais a perder e de forma alguma colocaria seu bebê em risco. Ela se manteve em silêncio, se sentia um pouco perdida e incapacitada no escuro, ouvia os tiros e gritos do lado de fora do quarto e a preocupação lhe tomava, principalmente por não saber ao certo o que estava acontecendo.

De repente a luz acendeu, seus olhos se estreitaram pela irritação da claridade e ela piscou algumas vezes, vendo o revólver apontado para seu rosto e Liang a sua frente, Lana a observou se aproximar lentamente, seus olhos atentos a qualquer mínimo movimento, então, no primeiro segundo de distração, ela fechou a mão em punho, a levando diretamente até o nariz de Liang, que vacilou para trás, levando a mão até o local e sentindo o sangue manchar seus dedos.

Lana repetiu o movimento com mais força, então agarrou o pulso da mão que segurava a arma, o girando até que soltasse, foi ágil em agarrar a pistola, a empunhando e apontando para a garota, que ainda se recuperava dos golpes. A porta do quarto foi aberta, e Lana se virou rapidamente, apontando a arma para o homem que havia acabado de entrar, ela atirou sem pensar, pressionando o gatilho duas vezes seguidas.

Sentiu seu corpo ser empurrado quando Liang avançou. As duas caíram no chão, Liang por cima enquanto Lana usava as mãos em seu favor para acerta-la, a arma escorregou para longe e tudo o que ela conseguia pensar era em tirar Liang de cima de si, naquele momento preocupada apenas com o bebê.

Liang tinha vantagem, já que estava por cima e podia se movimentar com mais facilidade, então ela apertou as duas mãos contra o pescoço de Lana, usando a força para que ela não conseguisse se soltar, afastando-se apenas quando outro homem adentrou o quarto.

— Termina isso — indicou, apontando para o corpo fraco de Lana, ainda no chão. — Seu pai vai adorar te ver — resmungou.

. . .

Taeyong nunca se sentiu tão aflito e talvez nunca tivesse pisado tanto no acelerador. O carro derrapava no asfalto a cada curva e vinte minutos de estrada havia se tornado menos de dez. Quando o carro ultrapassou a linha do portão da mansão, ele notou como tudo parecia uma bagunça, havia fogo, sangue, coisas quebradas e corpos.

Ele sentiu o suor se formando em sua testa conforme corria para dentro da casa, viu quando os outros carros estacionaram atrás dele e percebeu como tudo estava silencioso, não havia tiros, não havia vozes, não havia nada.

NO MERCY, Lee Taeyong ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora