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Eu não consigo descrever o que estou sentindo

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Eu não consigo descrever o que estou sentindo. Tudo aconteceu tão rápido e agora, estou aqui a observando. Seu rosto pálido e os aparelhos conectados ao seu corpo, mostram que ela não está nada bem.

Cecília havia se arriscando muito para concluir o seu objetivo, e o fez com maestria, mas não conseguiu preservar totalmente a sua vida.

Sinto orgulho dela. Da mulher que se tornou e das coisas que conquistou. Só não queria que ela tivesse passado por tantos traumas. Ela conseguiu tirar suas forças dele, mesmo estando na miséria.

Cecília se tornou um símbolo de resiliência ao meu ver. Ela é como uma fênix. Mas, carregar o mundo nas coisas sozinha é muito difícil.

O que me deixa feliz é saber que ela se rodeou de pessoas que querem seu bem e vê-la crescer. Todos aqueles que lutaram ao lado dela no mês passado, estavam lá por ela, pelo o que ela representa para eles.

Eu consegui ver a dor e o desespero nos olhos de Michael Picciotto, enquanto a carregava. Ele estava atônito, não sei como conseguiu trazê-la para nós. Michael mostrou ter mais do que admiração por Cecília, ele a amava. Infelizmente, o tempo não contribuiu para que Michael conseguisse se declarar a tempo.

- Como ela está?- Olha para a porta e vejo uma cabeleireira ruiva.

A irmã mais nova de Michael, Clara, também não a abandonou em nenhum momento. Clara faz questão de vir todos os dias e passar o máximo de tempo com Cecília. Vejo sinceridade na ruiva. Ela é realmente uma boa amiga para Cecília.

- Na mesma.- Respondo me levantando.

- Pode ir descansar, vou ficar aqui com ela hoje.- Explica.

Não queria ter que deixá-la, mas entendo que todos querem ter esse momento ao lado dela também, por não sabermos o dia de amanhã.

- Obrigado, Clara.- Lhe ofereço um sorriso agradeço e ela me devolve com um acolhedor.

Me retiro do quarto e vou andando calmamente em direção a recepção.

- Saia da minha frente, agora!- Ouço uma voz exaltada.

Ao chegar na recepção, vejo Henrique e Derek segurando uma pessoa, me aproximo o suficiente para ver quem é. Sinto meu sangue ferver, ao ver a pessoa que está sendo segurada por ele.

Avanço com tudo, empurrando ele para fora do hospital e o afastado com um soco forte em seu rosto, o fazendo cair no chão.

- Que porra você acha que está fazendo?- Benjamin levanta-se e tenta me devolver o soco.

O velho, está velho de mais, para conseguir me acertar.

- Você, nunca mais, pense em chegar perto dela novamente.- Soco novamente seu rosto e mais uma vez.

- Ela é minha filha.- Ele esbraveja.

- Não! Não é, e você sabe muito bem disso. - Falo entre dentes. Benjamin grita de dor, quando chuto sua barriga.

CECÍLIA WALKEROnde histórias criam vida. Descubra agora