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A adrenalina era tão grande, que tudo ao meu redor estava em câmera lenta

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A adrenalina era tão grande, que tudo ao meu redor estava em câmera lenta. O pano verde caia no chão lentamente e ao tocar o solo, o som dos motores pareciam uma sinfonia para os meus ouvidos.

O carro ao lado havia acelerado intensamente, tomando vantagem contra os demais. Michael estava com um semblante tranquilo. Blue participava de corridas clandestinas muito antes de de tornar líder da Imperial Blue.

O homem ao meu lado segue em uma velocidade considerável, para a corrida.

— Podemos utilizar a próxima curva para ganhar impulso e ultrapassar os dois carros que estão a nossa frente.— Explico. Michael sorri.

Ele desacelera o carro e ao passar pela curva, utiliza do impulso que a mesma gerou para acelerar o carro com tudo. Meus cabelos voam freneticamente me deixando animada. A adrenalina me deixa tranquila e relaxada, para aguentar todos esses acontecimentos de uma vez.

Como previsto, ultrapassamos dois carros. Agora restam apenas três, para que possamos ganhar. Michael aumenta a velocidade ao avistar um carro mais a frente. Estamos na segunda volta agora, e faltam apenas duas para o encerramento da corrida.

— Quem dirige este carro é o neto de um dos donos dos maiores cassinos daqui. Mimado e prepotente, não sabe perder. Por isso, ele vai não vai nos deixar passar e ficará jogando o carro dele na frente do nosso.— Aviso. Michael ri da forma como falei. O avô dele é um traficante de drogas bem conhecido na cidade também e é por isso, que o neto ganha quase sempre as corridas.

— É hoje que ele voltará para cada chorando.— O moreno me faz ri.

Michael pareceu prever os movimentos do carro preto em nossa frente. Quando o motorista veio para nós fechar, ele girou o carro na pista, e ultrapassando de ré.

O jovem no carro adversário nos olha com raiva e eu sorrio vitoriosa.

— Formamos uma bela dupla, Cecília. E da próxima, quero ser seu copiloto.— Ele me olha rapidamente sorrindo.

Parece algo de família, Michael e Clara possuem uma facilidade enorme para sorrirem de forma natural e em situações adversas.

— É muita adrenalina. Você estará preparado para este momento?— Pergunto humorada.

— Mas é claro. Não duvido que você seja boa. Seu irmão já me falou diversas vezes como você é boa dirigindo.

— Ele é o meu maior fã.— Brinco.

— Terei que trabalhar muito para superar ele.

— Concordo.— Afirmo com humor.

Estávamos chegando próximos ao último carro, que estava completando sua terceira volta, assim como nós.

— Você quer ultrapassar eles agora ou prefere  deixar  para o final.— O moreno me pergunta. Gosto da forma como ele pensa. Por mais que seja prepotente, eu gosto disso.

— No final.— Respondo com um sorriso de lado.

E assim ele fez. Faltavam menos de 500 metros para a linha de chegada. Michael fez questão de colocar o carro ao lado de nossos oponentes e sorriu travesso para eles, enquanto ultrapassava.

O som das pessoas comemorando era extremamente alto, sinalizando nossa vitória na corrida de hoje.

Saio da carro ouvindo os parabéns de diversas pessoas ao nosso redor. Michael sorri para mim.

Foi uma boa corrida, tenho que confessar.

Sinto uma mão em meu ombro e encaro lentamente a pessoa que estava me tocando. O homem de cabelos ruivos estava com sorriso presunçoso em seu rosto e com uma expressão extremamente falsa.

— Meu parabéns, Walker. — Sua mão sai do meu ombro e estende em um cumprimento, o qual recuso.

— Obrigada, Montel.

— Deve ter sido muito fácil, ganhar por ter um pai poderoso. Não é mesmo?— A voz sarcástica do jovem soa.

— Não sei. Me responde você, que não sai da sombra do avô.— Rebato. Observo a expressão do mais novo se fechar, me fazendo sorri, sem mostrar os dentes.

O ruivo me dá as costas, passando dentre as pessoas, que ainda estavam a nossa volta.

— Ele com toda certeza vai correndo chorar para o avô.— Ouço a voz de Michael atrás de mim.

— Deve ser sono. Crianças costumam dormir cedo.— Ele ri.

Michael se aproxima de mim se coloca sua mão em minha cintura.

— Vou te deixar em casa.— Avisa.

— Estou de moto.— Informo. Não vou deixar minha moto aqui de jeito nenhum.

— Então você me deixa em casa.

Seguimos em direção a minha moto que estava próxima a fábrica abandonada que utilizavam para realizar as corridas. Entrego um capacete a Michael que aceita de bom grado.

Dou partida na moto e sinto as mãos de Michael tocarem minha cintura.

— Eu tenho medo de andar de moto, então vai devagar.— Ele revela, me fazendo rir. Acelero a moto, sentindo o aperto ficando maior.

Ele realmente tem medo...

Desacelero um pouco a moto, seguindo em uma velocidade tranquila para ele. As ruas da cidade estavam vazias, por ser tarde da noite. O vento tranquilo deixava meu corpo leve. São poucas as vezes que saio de moto, por mais que eu goste muito, os carros também se tornaram uma paixão para mim, além de serem mais versáteis em alguns momentos. Porém, as motos me trazem uma sensação de liberdade e autonomia maior.

Em alguns minutos adentro com a moto no estacionamento do prédio e a estaciono na vaga reservada. A desligo e desço da moto, tirando o capacete.

— Aqui não é a minha casa. Está querendo me raptar, Cecília?— Pergunta sugestivo. Michael se aproxima de mim e passa um de seus braços em minha cintura, me puxando mais para de seu corpo.

Encaro seu rosto e lhe dou um breve sorriso de lado. Sinto seus lábios nos meus e de forma lenta, iniciamos um beijo calmo, por mais que estivéssemos sedentos por isso.

Não queria parar de beija-lo e meus lábios latejam ao sentir a separação.

— Você tem certeza disso, Cecília?— Pergunta duvidoso.

— Se eu não tivesse, não teria lhe trazido até aqui.— Respondo e vejo a dúvida sumir de seu semblante.

Michael cola nossos lábios e me guia até o elevador, que ficava ao nosso lado. A porta metálica se abre e adentramos a mesma sem nós separar.

Uma de suas mãos estavam no meu cabelo, enquanto a outra segurava minha cintura.

CECÍLIA WALKEROnde histórias criam vida. Descubra agora