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⚠️Este capítulo possui os seguintes gatilhos: ansiedade, depressão e tentativa de suicídio.

⚠️Este capítulo possui os seguintes gatilhos: ansiedade, depressão e tentativa de suicídio

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Por muito tempo, viver, era apenas uma palavra vazia para mim, sem sentido algum. Para ser sincera, nada fazia sentido.

Com cinco anos de idade, fui diagnosticada com ansiedade severa. Minha mãe buscou lidar da melhor forma sobre o assunto, me levou ao psiquiatra e cuidou de mim, juntamente com meu irmão, que mesmo sendo apenas dois anos mais velho, se preocupou muito.

Era um peso muito grande para uma criança tão nova. Meu pai não deu importância, para falar a verdade, para ele, não fazia diferença.

" — É frescura! Se ela está assim, a culpa é totalmente sua!"

Eu tinha apenas cinco anos, como eu iria lidar com algo tão intenso daquela forma? Não conseguia. Por um período, as terapias ajudavam, eu estava começando a conseguir lidar.

Com dez anos, perdi a minha mãe. Eu vi o pilar que me sustentava sendo arrebentado. E tudo voltou como se fosse um tsunami.

Eu não conseguia lidar...

A dor era tão forte, que meu coração parecia saltar do peito, as faltas de ar começaram se tornar recorrentes e, com elas, algumas quedas de pressão.

Uma neblina começou a pairar sobre mim. Não conseguia distinguir o que era verdade da imaginação. Eu ouvia pessoas falando de mim, mesmo não tendo ninguém ao redor.

A dor continuava aumentando e tudo parecia cansado, eu estava cansada. Havia me tornado um fardo na vida do meu irmão e do meu pai, pelo menos era o que eu pensava.

Dizem que quando morremos, ficamos em uma escuridão total por alguns minutos, até o momento que somos levados para o céu ou inferno.

Eu me apaguei a isso. De qualquer maneira, eu iria para algum lugar.

Mas não fui...

Consigo ouvir os gritos de desespero do meu irmão até hoje.

"— Por favor, minha ruivinha. Não me deixa. Vamos ficar sempre juntos, lembra?— Sua voz estava baixa e chora. Eu conseguia ouvi-lo, enquanto perdia a consciência."

Naquela noite eu havia sido salva por meu irmão. Graças a ele, eu tive uma nova chance.

Eu pude criar uma resignificação para o viver. Porquê agora eu finalmente estava vivendo.

Não consigo entender como funciona o destino, sinceramente. O meu alicerce começou a ser reconstruido ao poucos e, ao longo dos anos, fui construindo pedacinho por pedacinho.

Agora, ele está completo, e uma das pessoas responsáveis é uma mulher que eu conheci em um jantar. Totalmente estranha e mundialmente famosa por matar as pessoas para conseguir os seus objetivos.

CECÍLIA WALKEROnde histórias criam vida. Descubra agora