CAPÍTULO 8

144 18 48
                                    

**LOGAN**

Dirijo todo o caminho até a oficina de Ralph com tranquilidade, Amber aceitou a venda que eu coloquei em seus olhos e desde que eu a coloquei dentro da caminhonete ela não fez nenhum movimento para tentar fugir, apenas se manteve quieta e acuada em seu assento durante o trajeto.

Eu não sabia se ficava realmente feliz com isso, acreditando que isso aconteceu pelo ocorrido na mata, que deve ter a afetado um tanto, e não porque ela desistiu de tentar fugir e aceitou sua captura.

Sendo bom ou ruim eu preferia ela assim ao invés de ficar se preocupando se ela pularia do carro em movimento.

Mas eu não sou ingênuo o bastante para não perceber o que ela achava que iria acontecer naquela mata, e eu não sou ingênuo o suficiente o bastante para acreditar que ela reagiu daquela forma por estar apenas com medo.

Ela estava com um tremor em seu corpo, quase como o terror extremo age sobre o corpo das pessoas. Eu tenho quase certeza que ela reagiu daquela forma porque já deve ter passado por isso, com alguém a forçando... Eu nem mesmo consigo nessa ideia. Eu já tinha presenciado muito disso com meus pais, e eu não quero viver isso de novo.

Eu penso sobre tentar descobrir mais sobre isso depois que a apresentasse a Ralph e DeLuca e a instalasse no lugar. Duvido que ela me dará qualquer informação desse tipo por agora, ou por um tempo. Mas outra parte de mim diz que o correto é deixá-la me contar, mesmo que isso signifique que eu nunca saiba realmente o que aconteceu.

Se eu descobri sobre isso pelas costas dela, a mísera chance de ela não arrancar minha cabeça vai para o espaço, eu cometi esse erro uma vez com Sam, quando investiguei o que aconteceu com sua família por suas costas, ela me deu uma surra muito grande por intervir nos assuntos dela. Acho que ela ficará feliz em ver que eu aprendi a lição e não estou disposto a cometer o mesmo erro de novo.

***

Estaciono o carro na garagem e desligo o motor, e desço contornando o capo e abrindo a porta de Amber e a puxando dali. Ela recuou ao meu puxar, mas eu ignorei a ação imaginando que ela preferiria minha ignorância á minha pena.

A guiei pela passagem que leva aos fundos da oficina, onde nossa central se encontra. Logo na entrada, Ralph e DeLuca aguardavam no espaço principal.

Levo Amber adiante até todos nós estejamos próximos e assim que isto acontece, eu retiro a venda de seus olhos.

- Amber, este é Ralph. - apontei para o mais velho - Ele é meu braço direito e este é DeLuca. O terceiro no comando.

Nunca vi aqueles dois com os olhares mais neutralizados e mais tensos do que nesse momento. Encaro Amber e não me surpreendo que ela estivesse com a mesma neutralidade no olhar e a mesma tensão acumulado nos ombros.

- É uma honra conhecê-la La Reina. - Amber moveu os olhos rapidamente de Ralph para mim assim que ele pronunciou seu outro nome.

Eu entendi o que o olhar que ela me direcionou significava. Nessa vida, nossa única segurança é que poucos sabem nossos codinomes, e menos pessoas ainda sabem nossos nomes reais. La Reina por muitos é considerada uma lenda urbana porque pouquíssimas pessoas podem afirmar que ela é real, e menos pessoas ainda podem afirmar que a viram e sobreviveram para contar a história.

- É um prazer. - concedeu DeLuca.

Amber voltou a encara-los com descaso e eu pude sentir a tensão aumentando de ambos os lados dessa conversa. Por isso resolvi interromper.

As Verdades de La ReinaOnde histórias criam vida. Descubra agora