2. Country Days

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C A M I L L E

No dia seguinte, ao acordei cedo, como havia feito todas as manhãs durante o verão e vesti um top esportivo e um par de leggings, pronta para minha corrida matinal. Sabia que, na cozinha, minha mãe já estava preparando café, uma vez que ela saia para cuidar da pousada em seguida, cozinhando todo o café da manhã para os hóspedes e servindo pontualmente às oito horas. Minha surpresa, no entanto, foi encontrar Collin pairando perto das escadas, parecendo indeciso sobre descer ou não, mas não parecendo inclinado à voltar para a cama. Meus passos chamaram a atenção dele, que se virou na direção do som. Eu acenei para ele.

— Bom dia, Camille. — ele respondeu, analisando-me com cuidado. Cada palavra e gesto dele era pensado, nao tendo nada de espontâneo e ele parecia tão tenso quanto na noite anterior. Era definitivamente um hábito, uma vez que eu com certeza não era uma ameaça para ele: mais baixa, muitos quilos mais leve e sem nenhum único osso malvado em mim. Antes que eu pudesse me conter ou pensar duas vezes, a pergunta escapou de meus lábios:

— Eu estou saindo para correr, quer ir?

O rosto de Collin se encheu de surpresa e ele ponderou minhas palavras por um instante antes de finalmente assentir. Eu apontei para as escadas, indicando que o esperaria lá embaixo, uma vez que Collin ainda estava de pijama e descalço. Eu desci os degraus enquanto ele voltava para o quarto e, como esperado, minha mãe estava na cozinha, terminando seu café da manhã.

— Bom dia, querida. — ela sorriu para mim.

— Bom dia. — eu respondi, tirando minha caneca do armário e então uma para Collin, mesmo que eu não fizesse ideia se ele tomava café ou não. Mamãe não disse nada, apenas me passou o bule de café — Panquecas? — apontei para o prato com uma sobrancelha erguida.

— Não se acostume. — ela me provocou, levantando-se — Vou para a pousada agora, ok? Me chame se você ou os meninos precisarem de alguma coisa. Eu vou estar de volta para o almoço.

— Pode deixar. — gesticulei — Eu vou levar alguns morangos mais tarde quando terminarmos na estufa.

— Obrigada, Cami.— minha mãe beijou o topo da minha cabeça — Tenha uma boa manhã, querida.

— Você também. — eu respondi e assisti minha mãe sair de casa pela porta da cozinha. Collin apareceu instantes depois, vestindo uma bermuda e camiseta. Eu acenei, incentivando-o a se sentar e empurrei a pilha de panquecas na direção dele.

— Obrigado. — ele disse, derramando um pouco de café em sua xícara. Ele parecia um pouco desconfiado da minha simpatia, mas eu realmente não estava fingindo ou forçando nada, de modo que apenas deixei-o perceber em seu próprio tempo que eu estava sendo natural. Eu cortei fatias de pão caseiro para nós dois e Collin me agradeceu novamente.

— Você é o único que acorda tão cedo? — eu perguntei.

— Na maioria das vezes. Eu não durmo muito. — ele deu de ombros.

Nós terminamos o café da manhã e eu tirei garrafas de água para nós dois da geladeira antes de saírmos para a varanda. Eu apontei pra caminho que costumava fazer pelas manhãs, seguindo a trilha que ia para o lado oposto ao da pousada, indo até a cerca que limitava a propriedade na beirada da estrada e então indo até o celeiro nos fundos, explicando que geralmente fazia 4 ou 5 quilômetros contando ida e volta.

Collin assentiu com a cabeça, concordando, e nos começamos a correr. Eu era uma boa corredora, corria a anos conseguia acompanhar o ritmo dos meus amigos atletas com facilidade, de modo que meu percurso matinal já estava enraizado em mim e eu o fazia com tranquilidade. Collin manteve-se ao meu lado, focado no trajeto a sua frente, mas ocasionalmente olhava ao redor, absorvendo a paisagem verde que nos cercava.

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