38. Country Joy

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C A M I L L E

Nossos professores eram santos por de esforçarem para dar aulas de verdade no dia do pep rally. Durante toda a manhã, eles lutavam para controlar os ânimos dos alunos, a euforia diante daquele dia festivo, mesmo sabendo muito bem que ninguém estava realmente focado nas matérias sendo passadas.

A animação no ar era quase que palpável e um fenômeno difícil de explicar para alguém que não era da West Valley High. Como explicar tanta ansiedade por uma tarde no ginásio, por discursos e apresentações, para alguém que não entendi o quanto esse momento do ano letivo era importante para a nossa comunidade escolar? Como explicar porque todos nós sentíamos uma agitação interna, um sentimento de coletividade e de união que fazia desse um dos nossos momentos mais memoráveis do ano?

Para nós, nascidos e criados aqui, a resposta não podia ser falada, apenas sentida. Era algo que se enquadrava no famoso "ver para crer" e os Houston experimentariam isso hoje. Os meninos pareciam ter se entretido durante a semana, até mesmo entrando no espírito escolar. Eles haviam entrado em cada tradição que os meninos do nosso grupo haviam inventado, ajudado a pendurar cartazes e até mesmo sorteado camisas para usar sexta à noite no grande jogo porque, segundo Nash, era um absurdo que a torcida deles não fosse clara em um momento tão decisivo.

Hoje, a equipe de cheer ia realmente se apresentar pela primeira vez, uma amostra do que era nossa rotina para a competição real. Era o nosso cheer e eu estava animada para isso, principalmente porque envolvia circunstâncias completamente diferentes da animação em dia de jogo, que eu enfrentaria no dia seguinte e cuja ansiedade eu estava tentando ignorar. Hoje, eu era livre, estava em um ambiente onde eu me sentia completamente confortável e segura.

Eu já estava vestida para a ocasião, então passei pela entrada que levava para a quadra em si e me juntei ao restante da equipe, que estava em um dos cantos do tablado colocado. Havia uma extensa programação a ser cumprida, então eu me sentei entre Gabby e RJ, observando a multidão de alunos enchendo as arquibancadas, os sons animados ecoando no ginásio, certamente uma prévia do que seria o dia seguinte.

— É um crime se eu disser que esse dia é melhor para mim que o dia de jogo? — Gabby perguntou baixinho para mim e eu sorri.

— Eu entendo você. — respondi. A energia desse momento era sem dúvidas emblemática.

Nosso diretor e mais algumas pessoas do alto escalão da escola fizeram seus discursos iniciais, todos dizendo palavras sobre como esse era um momento especial para a nossa comunidade, sobre união, amizade e trabalho recompensado. Tudo passou como um grande borrão festivo, inclusive nossa apresentação. Ter esse gostinho certamente era uma motivação para a competição em abril e, embora ainda tívessemos muito trabalho a fazer, ver como estávamos entrosados e nos esorçando era gratificante desde já, nos dava esperança de sucesso.

Claro, o fato de que toda a escola estava ali nos aplaudindo ajudava com a confiança. Esse era provavlemente o nosso maior momento de público durante todo o ano, porque certamente não havia uma comoção de alunos indo torcer por nós, uma vez que estávamos longe de sermos populares como o futebol americano, pelo menos nesse sentido. Nosso público era mais nichado, mas isso nunca havia realmente me incomodado, não quando eu tinha todas as pessoas que realmente importavam estavam lá para me apoiar.

— Confissão: eu adoro roubar cinco minutos da fama dos grandalhões. — Paige me disse quando voltamos para a lateral, todos um pouco ofegantes e eu engoli uma risada.

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