C A M I L L E
Um fato vital para se saber vivendo em West Valley: decidir o que vestir para uma sexta-feira à noite era muito mais difícil do que para qualquer outro evento. Eu provavelmente seria capaz de escolher meu vestido para o baile de primavera mais rápido do que conseguia combinar uma parte de cima e uma de baixo para ir ao jogo.
E, naquela noite, eu não era a única tendo dificuldades.
— De repente, eu odeio todas as minhas roupas. — Julie bufou dramaticamente, tirando o que deveria ser a quinta blusa que ela vestia e jogando-a junto com as outras já descartadas — Cami, posso caçar alguma coisa no seu armário?
— Claro. Boa sorte. — eu disse à ela.
Julie e Gabby haviam vindo para a minha casa para nos arrumarmos e irmos todos juntos para Denalli. Os Houston e Dylan estavam em algum lugar além do meu quarto e eu sabia que nós estávamos atrasando todo o processo, mas era inevitável. Acho que nenhuma de nós sabia porque era tão difícil escolher uma roupa, porquê de repente parecia que nada no seu guarda-roupa combinava ou ficava bem em você; era um fenômeno inexplicável.
— Tudo isso sabendo que lá fora está um calor absurdo e eu vou estar suada e nojenta antes mesmo de chegar na arquibancada. É quase que um desperdício. — Gabby reclamou, desistindo de deixar seu cabelo solto e começando a dividir as mechas para trançá-lo, assim como eu havia feito, sabendo que a noite quente seria uma grande inimiga. Isso sem falar dos quesitos calor humano e agitação.
— Nós podemos tirar muitas fotos antes que os visuais estejam acabados. — eu tentei animar.
— As pessoas lá ainda vão me ver. — Gabby reclamou — É como a Cinderela depois da meia-noite ou algo assim.
— Não seja boba. E você está sempre linda de qualquer forma. — eu disse à ela, olhando para Julie em seguida — Assim como você.
Gabby fez um coração com as mãos na minha direção, enquanto Julie continuou procurando por algo que lhe agradasse. Eu finalmente havia me contentado com o short soltinho preto e top vermelho que havia vestido e agora estava tentando trazer um pouco mais de vida para esse visual com maquiagem, muita tinta e glitter; eu sabia muito bem que voltaria para casa completamente pintada. Havia glitter vermelho no meio colo, ombros e nas minhas têmporas, onde você passaria iluminador geralmente.
— Ju, você quer que eu trance o seu cabelo? — perguntei para a minha amiga que havia acabado de vestir uma das minhas blusas com o logo da escola e essa parecia ser sua escolha definitiva. Ela assentiu, sentando-se na cama e de costas para mim.
— O que eu vou fazer quando você for para a faculdade e não tiver mais ninguém para arrumar meu cabelo para mim? — ela suspirou melancólica.
— Você pode aprender. — eu disse — Ou vir atrás da minha mãe, tenho certeza que ela vai ficar mais feliz do que você com isso.
— Você sempre vai ser a minha número um. — Julie afirmou.
— A minha também. — Gabby se sentou perto de nós.
— Não me façam ficar emotiva. — eu disse, sabendo muito bem que meu coração de manteiga gostava de me fazer chorar facilmente — Vamos terminar, os meninos estão esperando a gente.
— É um milagre que o Dylan ainda não tenha derrubado essa porta. — Gabby revirou os olhos e nós rimos — Felizmente ele está na idade em que uma reunião de mulheres assim ainda funciona como repelente.
— Isso não vai impedir ele para sempre se continuarmos demorando. — eu apontei, sabendo que Dylan era a inquietação e impaciência em pessoa.
— Não se preocupe, ele sabe que a mamãe não vai deixar ele vir de novo se ele não se comportar. — Gabby disse — E eu estou no comando.

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Where We Belong
Подростковая литератураSomewhere Only We Know | Livro 1 "Esses garotos são problema" era a frase mais usada para explicar os garotos Houston. Quatro irmãos órfãos que só podiam contar um com os outros e lutavam contra a dura realidade da vida desde cedo. Rowan e Collin, o...