45. Country Satisfaction

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C A M I L L E

— Tem certeza que é uma boa ideia? Sem ofensa. — Collin me perguntou naquela manhã enquanto eu amarrava meus tênis. Ele estava na varanda, esperando por mim com uma postura inquieta. Eu sabia que sua pergunta tinha a melhor das intenções: os meninos Houston estavam sendo adoravelmente protetores nas últimas semanas, como se precisassem ter certeza de que eu estava bem.

— Nada dói mais, eu prometo. — respondi para ele, me levantando. Eu havia sentindo quase tanta falta das corridas matinais quanto do cheer e estava ansiosa para voltar para essa rotina, recuperar um dos últimos pedaços de volta à normalidade — A menos que você tenha descoberto que prefere correr sozinho. 

— Besteira. — Collin bufou — Eu gosto da sua companhia. Foi você quem me fez começar com isso, afinal.

 — Você podia ter dito não. — apontei, embora fosse feliz que não havia sido o caso. Eu secretamente, ou nem tanto, adorava dividir isso com Collin, ter uma coisa que nos conectava, assim como eu me esforçava para ter com os outros meninos.

Collin me deu um olhar divertido.

— Alguém realmente já te disse não, Cami? — ele provocou — Quando você está sorrindo toda fofa e alegre?

— É claro que sim. — eu ri — Quem me dera ter um charme tão arrebatador e convincente.

— Se você diz. — Collin disse, sem qualquer convicção. Seus olhos encontraram algo atrás de mim, alguém: — Nolan? 

Eu me virei para ver Nolan parado na porta, quase que hesitante. Não era uma postura típica dele, o que me deixou intrigada, juntamente com o fato de que ele e os meninos não costumavam levantar e aparecer tão cedo quanto Collin e eu. 

— O que há de errado? — Collin perguntou, com a testa franzida diante do comportamento de seu irmão mais novo.

— Nada. — Nolan disse. Ele hesitou por um minuto antes de perguntar timidamente: — Posso ir com vocês? — perguntou, parecendo hesitante.

Somente então eu notei as roupas que ele estava vestindo e o tênis já calçado como se quisesse estar pronto e não dar nenhum motivo para ser deixado para trás. Ele havia se preparado para isso. Eu sorri de orelha a orelha com a iniciativa dele, assim como Collin.

— Claro que sim. — eu disse ao mesmo tempo que Collin brincou: — Tem certeza que aguenta? 

Nolan revirou os olhos, mas havia um certo alívio em sua postura corporal ao não ser rejeitado. Quando ele achou que eu não estava olhando, mostrou o dedo do meio para Collin, o que lhe rendeu uma risada e um leve empurrão de volta. O bom humor dos dois era palpável e isso apenas aumentou o meu próprio. 

Assim como eu havia feito com Collin na primeira manhã em que corremos juntos, eu expliquei o percurso para Nolan, assegurando que ele estava de acordo antes de sairmos de fato e começarmos a correr. Era final do outono, então o clima estava bem mais ameno e agradável para atividades ao ar livre, embora estivesse longe de ser considerado frio. Havia um vento persistente, no entanto, e eu perdi a batalha contra o meu cabelo logo no primeiro quilômetro, aceitando que ele ficaria uma bagunça. Ainda assim, eu estava muito contente para me incomodar com qualquer coisa.

Nolan nos acompanhou bem, mas eu percebi o quanto ele estava se esforçando, como se fosse ultrajante ficar para trás, mesmo que eu tivesse dito para ele que ele podia encontrar seu próprio ritmo e até mesmo cortar caminho se quisesse. A curiosidade sobre o que o havia feito querer vir era grande, mas era provável que as perguntas o fizessem se fechar, então eu as guardaria para mim mesma a não ser que ele quisesse compartilhar. E, independente de qualquer coisa, eu estava feliz que ele estava ali, o que já era um enorme contraste do Nolan de meses atrás, que não teria tomado essa iniciativa.

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