14. Country Way

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C A M I L L E

Eu estava usando jeans, botas e uma boa camada de repelente quando passei pelas portas do celeiro dos Davis. Meu tornozelo dolorido de dias atrás havia se transformado em apenas um leve incômodo e mancar, o que significava que eu provavelmente poderia voltar para o treino já na segunda-feira, felizmente.

— O que, por Deus, vocês estão fazendo? — eu estava engolindo uma risada diante da cena que encontrei.

Naquela tarde de sábado, a maioria dos rapazes estava trabalhando no celeiro dos Davis, armazenando fardos de feno recém-chegados, todos eles sem camisa ao executarem o trabalho pesado. Tudo isso parecia bem comum, mas o cenário havia mudado por conta da caixa de som tocando música em um volume altíssimo, o que eu tinha certeza que era uma obra de Nash. O garoto em questão estava balançado os quadris enquanto trabalhava, fazendo a camisa xadrez enfiada no bolso de trás de sua calça balançar e a maioria dos outros haviam entrado na diversão também.

— Que raios você está fazendo aqui? — a voz de Asher chegou aos meus ouvidos em resposta. Eu virei a cabeça para encontrá-lo entre fardos de feno, sua testa franzida com o que eu sabia ser preocupação, de modo que sua indagação não tinha a intenção de ser grosseira. Nash, Nick e Bray estavam ali também e se viraram para me ver.

— Nash me disse que vocês estariam aqui. — eu respondi, movendo-me para dentro apesar do escrutínio protetor de Asher. Todas as cabeças se viraram na direção de Nash, que ergueu as mãos mãos rendição.

— Eu disse que estávamos aqui, não para ela vir. — ele argumentou, fazendo metade dos rapazes revirar os olhos.

— E você realmente achou que ela não apareceria? — Nick bufou. Asher balançou a cabeça e veio até mim, com a testa ainda franzida.

— Me diga que você não dirigiu. — ele pediu, seus olhos sérios. Ele estava preocupado com o meu pé recém torcido, mesmo que este já estivesse quase curado. Asher sempre havia sido protetor em relação à mim e isso aumentava dez vezes quando eu tinha um machucado, por menor que fosse. Se ele tivesse visto RJ me ajudar a ir até o carro no outro dia, ele teria sido definitivamente dramático.

— Rowan me trouxe. — eu respondi, tentando não me afetar diante de seu olhar intenso — Eu estou bem. E eu sei que vocês poderiam usar alguma ajuda.

Em algum momento durante a nossa adolescência eu havia sido votada a melhor para se ter por perto quando se estava lidando com estocagem, já que eu aparentemente tinha habilidades de organização impecáveis e podia lidar perfeitamente com a parte escrita do trabalho, conferindo as notas fiscais e fazendo a listagem dos produtos armazenados. Eu nunca havia me importado em ser colocada nessa posição, uma vez que estava longe de ser um trabalho horrível e eu gostava da companhia dos rapazes.

— Se você vai ficar aqui, fique fora desse pé, eu estou falando sério. — Asher basicamente me escoltou até um lugar onde um podia me sentar, deixando meu tornozelo seguro e somente quando ele teve certeza de que eu estava numa posição aceitável foi que ele me entregou a prancheta que um dos meninos provavelmente estava usando antes de eu aparecer.

— Para a sua sorte, nós acabamos de começar. — Nash provocou de onde estava e eu o ignorei, assim como Asher.

— Fique sentada aí, ok? Não quero que você se machuque mais. — Asher pediu e meu coração se aqueceu diante de sua preocupação, mesmo que ela fosse desnecessária. Asher se importava, às vezes mais do que deveria, mas isso se dava por conta de seu enorme coração. Ele estava sempre cuidando dos outros, sempre ajudando independente da situação, sempre altruísta. Isso era tão natural quanto respirar para Asher e era provavelmente o que eu mais admirava nele.

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