40. Country Wild

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C A M I L L E

Meu sangue gelou. Eu me virei apenas para confirmar que Blake Anderson realmente estava atrás de mim, e ele não estava sozinho; haviam mais dois garotos com ele, provavelmente do seu time e todos os três estavam me olhando com ódio e malícia paralisantes. Meu corpo ficou tenso em antecipação pelo inevitável atrito que estava por vir.

— Ora, ora, quem nós temos aqui. — o garoto dos meus pesadelos sorriu maldosamente, dando um passo adiante — Você não achou que terminaria daquele jeito, não é, vadia?

Quando mais perto eles chegavam, mais ansiosa eu me sentia, o pânico formando um bolo em minha garganta. Eles me cercaram, bloqueando o caminho para a porta, tornando impossível que eu voltasse para dentro da cabana para escapar e também ficando entre mim e o caminho que me levaria de volta para a festa. Tentei reprimir meu medo crescente enquanto tentava processar o que fazer em uma situação como essa; sozinha com três caras significativamente maiores que eu e em um lugar onde ninguém me ouviria pedir ajuda. A menos que alguém aparecesse milagrosamente, eu teria que ser o responsável por me tirar de lá.

— Vocês deveriam ir embora. — eu disse, forçando-me a erguer o queixo. Os meninos sorriram cruelmente, movendo-se para mais perto e me acuando, forçando-me a recuar.

— Você fez com que eu fosse expulso do time. Estragou tudo. — Blake praticamente rosnou para mim. A raiva e crueldade eram evidentes em sua expressão e eu havia me tornado o alvo disso — Agora receba seu prêmio por isso.

Quando ele se moveu rápido e me agarrou pelo antebraço, algo estalou em meu cérebro, como um interruptor de ruptura. Mas, ao invés de deixar meu medo me paralisar, eu entrei em ação, como se tudo entrasse em foco novamente. Nenhuma das pessoas que eu sabia que me protegeriam estava aqui, era só eu. Então, como ainda estava sendo segurada, plantei os pés no chão, fechei a mão em punho e bati no rosto do garoto com força suficiente para que ele cambaleasse para trás e me soltasse.

Eu não era uma pessoa violenta, qualquer um que me conhecesse minimamente era capaz de tirar essa conclusão óbvia. Eu não tinha sequer um osso que fosse raivoso. Nunca havia batido em outra pessoa na vida, mas tudo em que eu conseguia pensar naquele momento era me defender, ganhar vantagem suficiente para sair dali antes que algo pior acontecesse.

— Sua vadia! — ele rosnou, erguendo o rosto que agora tinha sangue escorrendo do nariz para mim, sua expressão cheia de ódio. Os outros dois pareceram chocados por um momento, mas Blake se recompôs antes que eu pudesse escapar de fato e ergueu o braço na minha direção.

O choque me colocou em câmera lenta e ouvi o impacto antes de sentir a dor. Tropecei para trás e caí no chão com a força do golpe, sentindo de repente meu nariz explodir em agonia e um líquido quente escorrer dele. Sangue. Fiquei congelada por um momento, sem acreditar que ele realmente havia dado um soco no rosto.

Minha mente só pareceu voltar ao momento presente quando percebi que Blake ainda estava em cima de mim, basicamente montado sobre o meu corpo, gritando e parecendo pronto para me bater novamente.

— Você se acha durona agora? — ele gritou, usando o joelho para bater em minhas costelas e fazendo-me encolher no chão. Meu corpo protestou dolorosamente, mas, mesmo com dor, eu sabia que ficar caída não era uma opção, não se eu quisesse evitar algo muito pior.

Assim, como a garota que havia sido criada com muito meninos e que havia observado o suficiente ao longo dos anos e que principalmente havia aprendido com eles, eu reuni todas as minhas forças e ergui meu joelho para acertar a virilha de Blake com tudo, o que o fez xingar e cair para o lado, o que foi suficiente para que eu conseguisse me libertar. Ele gritou e os outros dois meninos me rodearam, tentando bloquear meu caminho e me interceptar, mas eu consegui me esquivar para fora do alcance, percebendo que minha única possível vantagem era o elemento surpresa. 

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