PRI
Preciso parar, sinto que já chega, eu não sabia que minha mãe estava em São Paulo, quando Amanda chegou com ela para me pegar na boate em que eu estava meu corpo gelou.
Foi um sermão que me machucou de todas as maneiras, fiquei calada e escutei tudo, porque eu estou errada, não sei como minhas amigas ainda continuam do meu lado. Queria voltar a ser a antiga priscila, mas acabei me transformando em uma pessoa que não conheço.
__ Bom dia mãe.__ Falo ao vê-la.
Estou envergonhada, não minto.
__ Bom dia.__ Ela está decepcionada, seu tom de voz não é agradável.
__ Mãe me desculpa...
__ Priscila, desculpas não mudam nada, o que precisa mudar é suas atitudes.__ Ela diz ríspida.
__ Tudo bem mãe...
Ela é sempre muito compreensível com tudo, nunca foi uma mãe rígida, sempre me apoiou em tudo, mas sinto que dessa vez fui longe demais, decepcionei todo mundo, inclusive eu mesma.
__ Deixei um chá para ocê e já separei o remédio para ressaca.__ Ela diz levantando da cadeira.__ Vou fazer uns exames de rotina, esteja em casa quando eu voltar.__ Completa.
Me sinto uma irresponsável, perdi alguns contratos importantes durante esse tempo, não fui nada profissional e muito menos fui uma boa pessoa para quem está em minha volta querendo me ajudar.
Mesmo com a consciência pesada com tudo, lembrei de uma coisa, hoje é o aniversário da Danda, eu poderia ligar ou mandar uma mensagem, mas não sei o que ela pensa de mim agora, deve me acha uma idiota assim como todo mundo.
Queria muito poder estar com elas hoje, Danda é uma pessoa incrivel, sinto falta dela, do conjunto inteiro a família da Carol sempre me trataram super bem, me fazendo uma membro da família.
Mas quer saber? Não custa nada mandar um presente para ela, se ela não quiser é só não ficar.
Vou no shopping, ao passar pelas lojas, minha vontada de comprar o presente fica menor, não faz sentido, mandar um presente para Danda só vai fazer a Carol achar que eu estou desesperada para chamar a atenção dela, é melhor ir embora.
Passo enfrente a uma loja de assistência técnica e aproveito a viagem para poder consertar a tela do meu celular, quebrei a em uma das noites loucas que tive essa semana.
__ Boa tarde.__ A atendente diz sorridente.
__ Boa tarde.__ Respondo.
__ Em que posso ajudar?
__ Quero ver se tem conserto para isso aqui.__ Mostro meu celular a ela.
Poderia comprar outro, mas esse é muito recente para ser jogado fora assim.
__ Acho que sim.__ Ela meio receosa.__ Mas por conta desse lado aqui, não tenho certeza, pode ser que ele tenha afetado alguma coisa que em pouco tempo danifique o celular, mas eu não estou identificando o que pode ser só em olhar, espera só um pouquinho, por favor.
Assinto e ela chama alguém pelo espaço que dá acesso ao outro cômodo que pelo vidro dá para ver algumas pessoas trabalhando, acredito que eles são os técnicos.
__ Chamei alguém para fazer alguns testes.__ Ela me diz com um sorriso.
__ Tudo bem.__ Respondo.
__ Qual o problema?__ Uma mulher chega.
Espera aí...ela não me é estranha.
__ Manu, eu acho que tem conserto, mas esse trincado aqui pode ter afetado mais que só a camada de vidro.__ A atendente fala, mas só quero entender porque essa mulher parece tão familiar.