Capítulo 27

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— T-Toshi?

Paralisei, totalmente, não conseguia mover nenhum músculo, nem sequer piscar.

— Eu vim apenas conversar – ele disse.

Deus... não...

Pegou a xícara sobre a mesa e colocou chá na mesma, bebendo em seguida enquanto me olhava.

— Como você está? – ele perguntou, como se nada nunca tivesse acontecido, o que me deu mais medo ainda.

— Vamos Akira, converse comigo – ele pediu.

Não podia proferir nada por conta do desespero, a cada barulho que ele fazia, seja bebericando o chá, respirando ou andando me fazia tremer.

Ele ergueu o olhar.

— Está com medo de mim? — perguntou largando a xícara sobre a mesa.

Podia sentir as lágrimas de angústia surgirem.

Ele se aproximou de mim e me tocou.

Toshi estava me tocando.

Meu corpo parecia levar um choque a cada toque.
Ele tirou o cabelo do meu rosto, colocando o mesmo atrás da orelha, enquanto eu tremia, de olhos arregalados.

Ergueu meu queixo com os dedos e analisou a cicatriz que ele mesmo havia deixado.

Beijou a mesma com carinho.
Eu suava frio.
Ficou em silêncio por longos segundos, com os lábios sobre a minha testa, segundos eternos e mortais que pareciam não ter fim.

— Akira por favor – pediu e vi que sua voz estava alterada.

Se afastou um pouco e me olhou nos olhos.

— Por favor me perdoe – ele implorou, se derramando em lágrimas.

Lágrimas falsas.

Nunca o perdoaria, nem que tivesse sete vidas.

— Eu te amo Akira, senti a sua falta, senti tanto a falta da mulher que eu amava — disse cheirando o meu pescoço — me arrependi tanto, todos os dias me amaldiçoei por ter feito aquilo com você.

— Você nunca me amou Toshi — proferi imóvel.

— Sempre te amei Akira, eu juro, eu saí do controle, você como médica deveria saber que eu estava com problemas psicológicos, estava doente Akira — ele disse.

Cerrei os punhos de ódio ao ouvir aquilo.

— Eu te perdoo, agora vá embora – supliquei com a voz falha.

Seu choro diminuiu e aos poucos as lágrimas cessaram.

— Ir embora? Mas essa é a nossa casa, meu amor – ele disse.

Como eu queria morrer.
Ele se aproximou de mim outra vez, pra dar um beijo na bochecha, apenas consegui virar o rosto.

— Não sou seu amor Toshi — explodi em lágrimas de ódio — não toque em mim — segurei seu pulso forte, com raiva — saia da minha casa — ordenei.

Ele franziu a testa, admirado tamanha ousadia.

— De quem é essa casa então? — ele perguntou em tom normal, dando o espaço que eu precisava — sua e do Hatake?

Nada nunca fez tanto sentido.

Toshi estava ali porque viu as fotos no jornal.
Sabia que eu estava sozinha.

— Eu voltei e vim pegar o que é meu, eu paguei essa casa Akira, ela é minha — ele disse normalmente.

— Tudo bem! Eu vou embora! Vou agora mesmo, fique com a casa, fique com tudo! — exclamei desesperadamente.

Esposa de Mentirinha ( REESCRITA ) Kakashi HatakeOnde histórias criam vida. Descubra agora