Capítulo 31

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As vezes eu não consigo dizer quem eu sou.

Sinto que perdi minha alma, minha paz, sinto que estou quebrada.

Encarar meu corpo em frente ao espelho é um desafio. Principalmente o quanto pesa a cicatriz da cesárea.

Olho para todas as minhas cicatrizes, as cicatrizes que foram colocadas ali porque eu não tive a capacidade de ter uma simples cicatriz de cesárea.

E agora olho essa cicatriz e penso que todas as minhas outras foram em vão. Penso também no que perdi. No bebê... penso em tantas coisas.

E não sei se isso é bom ou ruim.

Talvez eu preferisse não ter descoberto a verdade sobre minha infertilidade. Eu já estava conformada, apesar da dor.

E se eu nunca conseguir gerar um bebê? Agora sempre que eu e Kakashi tivermos relações, ficarei na esperança, terei uma espera angustiante de trinta dias e essa esperança iria embora junto com o sangue.

E se eu tiver dado esperanças a ele?

— Adoro essa visão...

Olho-o pelo espelho e o vejo escorado na parede, de braços cruzados.

Ele se aproxima e pousa as mãos sobre minha cintura, abraçando-me por trás, cheirando o pescoço e beijando o mesmo.

— Eu não... — sussurro em resposta ao seu comentário.

— Você é a mais linda do mundo... — sussurra, beija as cicatrizes em minhas costas.

Minhas pernas tremem, muito tempo de pé ou por conta dos arrepios que sinto.

Sentir seu toque e seu calor me traz conforto, me lembrar que estive longe por dois meses é doloroso.

Saber que ele estava ali depois de tanto tempo, de fato, era reconfortante.

— Está preparada para nossa viagem?

— Estou.

Ele segurou minha mão, me guiando para fora de casa, onde avistei um animal enorme, com pelo marrom escuro e crina preta.

— Isso é... aquele animal... vacalo?

Ele deu uma pequena risada.

— É um cavalo, nunca os vemos em Konoha, mas são utilizados como transporte em vilas distantes como a vila da cachoeira.

Pisquei algumas vezes, travei quando ele foi me puxando e se aproximando.

— Não vou me aproximar disso... e se ele me morder?

— Ele não morde, Akira. Na verdade até morde, mas é domado, podemos usá-lo.

Em cima do cavalo havia algo estranho, feito de couro.

— Isso é uma cela, o lugar onde nos sentamos e aqui estão as rédeas — mostrou cordas de couro — elas que tomam as direções.

— Você já andou nisso?

— Já.

— Quantas vezes?

— Uma.

— E é com isso que irá nos levar?

— Sim.

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A vila das cores era linda. Simplesmente encantadora.

Tudo era colorido, e por conta do festival, a decoração era maravilhosa.

Em certo momento Kakashi desceu do cavalo e o guiou, segurando as rédeas, enquanto eu permaneci ali.

Esposa de Mentirinha ( REESCRITA ) Kakashi HatakeOnde histórias criam vida. Descubra agora