Capítulo 06

4.3K 297 294
                                    

Passou uma semana desde então, as coisas estavam melhorando e eu não sei dizer se isso me impressionava ou assustava.

Havia um evento à noite, eu não entendi exatamente mas era algo da tradição do país do raio.

Eu já ouvi falar em baile de máscaras, mas algo com pinturas faciais nunca tinha visto desde então.

Um kimono azul petróleo com rosas vermelhas.
Quando eu e as meninas fomos até a vila da nuvem mais cedo, vimos esse kimono.

"Pra te lembrar que seu cabelo não tem cor de sangue ou fogo, ele tem a cor de uma rosa"

Então quando vi minha cor favorita com uma estampa de rosas, eu sabia que era esse kimono que usaria hoje.

Dificilmente me sinto bonita, mas hoje, pelo menos não me sinto horrível.

Talvez porque esteja vestindo uma roupa bonita que cobre quase todas as minhas cicatrizes.

E a maquiagem esconda as imperfeições do rosto...

Não fiz nada muito escandaloso, nem o batom não era grande coisa.
Eu estava sobrevivendo como faço todos os dias.

Algumas batidas na porta me fizeram ter a certeza que era ele. Por algum motivo, não nos vimos o dia todo, então quando abri a porta, foi quase uma surpresa para ambos.

— Não quis te incomodar hoje a tarde e...

Ele interrompeu a frase ao me ver, me olhou de cima a baixo com um olhar surpreso e murmurou:

— Nossa...

— Você acha que está bom assim? – perguntei arrumando o kimono.

— Está ótimo... ótimo em você... essa cor...

Ele também usava um kimono azul com alguns detalhes brancos.

Abri a gaveta e analisei as tintas.

— É necessário mesmo? – perguntei.

— A propósito é – suspirou, pelo visto, não gostou tanto quanto eu.

Suspirei também, abri as tintas e pensei no que fazer.
Soltei o cabelo do lado da cicatriz.

— Não esconda isso, Akira...

— Não consigo encarar isso Hatake, não consigo ver algo bonito...

— Posso? – perguntou pegando a tinta na mão.

Desviei o olhar pensando sobre, um pouco hesitante, tocar meu rosto era algo assustador, mas concordei com a cabeça.

Ele pegou o pincel e molhou na tinta amarela, segurou meu queixo delicadamente e levantou o mesmo, logo senti a tinta gelada tocar minha pele, bem no local da cicatriz.

Mesmo incomodada e com um pouco de receio, deixei que continuasse a ação.

Ele pintava meu rosto com calma, ora olhava para o que fazia, ora para meus olhos.

— Não sou muito bom nisso – se afastou sinalizando que havia terminado.

Me olhei no espelho, metade do meu rosto havia se transformado em uma borboleta azul e o corpo era na parte da cicatriz, a outra metade havia alguns rabiscos que ficavam bonitos no mesmo, ri ao me ver daquele jeito.

— O que foi? – ele perguntou rindo também.

— Esse "costume" parece coisa de criança – falei rindo – mas... ficou lindo...

Puxei o cabelo do lado direito deixando aquela parte toda amostra.

— É a primeira vez que eu gostei dela – disse me referindo a cicatriz, agora pintada de amarelo.

Esposa de Mentirinha ( REESCRITA ) Kakashi HatakeOnde histórias criam vida. Descubra agora