Capítulo 33

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Kakashi

Voltamos ao país do raio pela manhã, algo que, infelizmente não a agrada, mas também não me agrada.

Permaneço paralisado enquanto a costureira termina os ajustes do terno de casamento, suspiro, encarando meu reflexo, ainda desacreditado que está tão perto.

— Rokudaime, se importa? Preciso trocar a agulha, volto em menos de um minuto.

Concordo com a cabeça e observo a porta sendo fechada, me encaro no espelho outra vez, suspiro.

Obito, Rin... acham que estou bem assim?

Pai... acho que estou escolhendo o melhor para mim.

A costureira retornou e fez os ajustes, agradeci, retirei o terno e tomei caminho para o quarto.

Pensei em levar o café na cama, como ela merece, mas antes de ir até a cozinha prepará-lo, fui até o jardim cortar uma rosa.

Mas antes mesmo de chegar fui surpreendido com a visão que tive.

Akira estava no jardim, tomando sol, sentada no banco entre as videiras, usava um vestido branco, longo, de voil.

O cabelo ruivo brilhava com a luz do sol, brilhava tanto que se tornava um tom de laranja.

— Akira? — chamei, ainda de longe.

Ela se virou para mim, sorriu, mas logo voltou o olhar para frente.

Percebi que conversava com alguém, é só pude entender quando cheguei mais perto e percebi que não se tratava de alguém. Eram alguéns.

Três bebês, sentadinhos na grama, os olhinhos encaravam Akira fixamente, curiosamente.

— ...E então o herói da guerra abriu seus olhos... olhos vermelhos do sharingan e mais do que isso, por trás dele surgiu um suzanoo, um suzanoo lindo, mais azul que o céu — gesticulou com as mãos — e maior que tudo que já foi visto.

Franzi o cenho e a encarei, não questionei as crianças que estavam ali ou o fato de que aquilo não era história para bebês, ela esticou os braços e pegou um deles no colo, continuou a contar a história.

— Então o grande herói da guerra ajudou a selar a Deusa Kaguya e todos venceram, retornando para suas casas felizes.

Ela olhou em meus olhos.

— E até então, esse herói é admirado por todas as pessoas... ele é corajoso, forte, destemido, esforçado, incrível... ele é o amor da minha vida.

Sorri e confirmei as hipóteses: ela estava falando de mim, sobre mim, para mim.

— E vocês, pequeninos ninjas — tornou a olhar os bebês — também serão grandes heróis quando crescerem.

Era admirável como ela tomava a atenção daquelas crianças, como eles a ouviam e olhavam admirados.

— Muito bem — três mulheres se aproximaram — a hora do passeio acabou, agora é hora da mamadeira.

Akira sorriu, cada mulher pegou um bebê e retornou pelo caminho de onde vieram.

— E estes bebês? — questionei.

— Filhos das empregadas, eles tem cuidadoras, eu os roubei um pouquinho.

Sorri, me sentei na grama, em frente ao banco, próximo de suas pernas.

— Você poderia ser professora. Tem dom com crianças.

Ela forçou um sorriso e desviou o olhar, foi então que percebi o que havia dito, me senti péssimo.

Esposa de Mentirinha ( REESCRITA ) Kakashi HatakeOnde histórias criam vida. Descubra agora