Recado Dado

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POV do Paulo

Era quase hora do jantar quando Diego acordou.  Era domingo, então ele não tinha nada para fazer.  Ele saiu de seu quarto sem camisa, usando apenas um shorts cáqui e chinelos.  Ele sentou no sofá oposto ao  que eu estava sentado, tirou os pés dos chinelos e os cruzou, apoiando-os na mesinha de centro.  Ele esticou o corpo, as mãos atrás da cabeça, e de modo relaxado começou a assistir a TV comigo. Depois de uns minutos ele disse o seguinte:

- Ontem à noite você tirou proveito do seu amigo bêbado... Que vergonha, Paulo. - Eu fiquei surpreso com essa fala. Diego sorriu com a minha surpresa.  Ele começou a flexionar os dedos dos pés e mexê-los.  - Então quer dizer que você tem um fetiche por pés, né?

- Do que você está falando? Não, eu ... eu só ... - Tentei me explicar, mas ele não me deixou terminar.  Ele ergueu o dedo fazendo o sinal de shhhh.  Eu estava respirando rápido agora e por consequência estava me sentindo tonto.

- Está tudo bem, brother. Não tem porquê pedir desculpas. Eu já notei você olhando para os meus pés antes, eu só não sabia que você estava tão interessado neles a ponto de me embriagar para lamber eles e depois  roubar uma meia... - ele fez uma pausa, parecia pensar em suas próximas palavras e disse - Por que você não rasteja até aqui e dá uma cheirada?

Eu não podia acreditar no que ele havia acabado de falar.

- Diego, acho que você está... - eu disse em uma tentativa patética de recuperar o controle.  Eu não conseguia acreditar que isso estava acontecendo.

- Ah, qual é Paulo? Não seja tão dramático. Apenas fique de joelhos e comece a engatinhar até mim. Não pense nisso. Apenas faça!

E no impulso eu já não comandava mais minhas ações. Parei de pensar e me joguei de quatro no chão.  Diego exalava confiança. Sua pose de marrento me atraía tanto que eu não pude evitar. Esta situação estava muito excitante. Ajoelhei-me diante de seus pés e comecei a cheirar. 

- Curtiu o cheiro?

- Você está com chulé!

- Mas eu sei que você gosta disso. 

- Não, eu não... - menti 

- Claro que gosta, senão não teria roubado minhas meias! Agora pare com essa teatro de merda e coloque seu rosto mais perto! -  Diego ajustou sua posição no sofá.  Ele agarrou minha cabeça e me forçou a ficar de pé.  Sua atitude estava me deixando cada vez mais excitado. Nunca imaginei que aquele garoto com ar de bobo, mas fofo, pudesse agir assim.

- O que você quer fazer com os meus pés? Lambê-los? Fazer cócegas, talvez?

- Ambos. Qualquer coisa. Quer dizer, eu não sei -  eu já não estava mais em mim

- Vamos descobrir então... Beija a sola do meu pé. Diga que gostou e eu deixo você lamber. Não se preocupe, isso fica vai ficar só entre a gente.

Eu lentamente me inclinei e beijei o topo da sua sola logo abaixo dos dedos dos pés.  Então segurei seu tornozelo e lambi o arco.  Seu chulé de macho eletrificou minhas papilas gustativas mais uma vez.  Lambi até o dedão do pé e coloquei na boca.  Eu poderia dizer que o Diego estava sorrindo da situação.  Quanto a mim, eu estava no céu.

Ao longe, um barulho chato e irritante começou a soar.

- Paulo! - ouvi alguém me chamar. - Paulo, acorda!

Acordei.

Aquilo tudo não tinha passado de um sonho.

- Paulo, foi mal te acordar, mas é que temos que dar uma geral na casa antes que minha mãe volte. Você pode me ajudar?

O Diário de um Podólatra 2 - O PrimoOnde histórias criam vida. Descubra agora