Diego

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POV do PAULO

Depois de toda aquela briga com o Rafael, decidi que seria melhor dormir longe de casa hoje e único lugar em que eu poderia dormir seria na casa do Diego, a única pessoa que eu conhecia aqui que eu sabia que iria me acolher.

Interfonei e em poucos segundos fui atendido pelo próprio Diego:

- Paulo, meu brother! O que manda?  Cara o que foi que aconteceu? - Ele perguntou apontando para o meu rosto.

- Ah... Isso daqui? - Apaontei para onde deveria estar um pouco roxo - Cara, você nem vai acreditar, tava me arrumando pra vir pra cá e acabei caindo alguns degraus da escada. Coloquei um pouco de gelo, mas acho que não melhorou, né?

- Cara, não melhorou não. Mas entra aí, acho que deve ter algum remédio aqui que você possa usar.

- Valeu, cara.

Entrei na casa dele, fomos para o seu quarto - que estava um pouco bagunçado - e não pude deixar de notar que tinha um tênis, próximo a sua cama, com as meias usadas... Eram meias brancas, mas estavam amareladas devido ao uso. Meus pensamentos fizeram meu pau começar a ganhar vida.

- Veio aqui pra jogar uns games? - Ele perguntou, já ligando o vídeo game dele.

- Também... Mas vim mais pra bater um papo e tal, gosto da sua companhia... - Ele fez uma cara estranha - Mais do que da companhia do meu primo hehehe - consertei a minha fala antes que pudesse soar mais estranho.

- Hahaha saquei... Vai colocando um FIFA aí... Vou ver se tem algum remédio ali na caixa de remédios do banheiro.

- Beleza.

Ele saiu do quarto. Esperei uns 10 segundos e depois me questionei mais 10 segundos se eu deveria ou não fazer o que estava com vontade. Aquele par de meias deveria estar com um chulé maravilhoso... Principalmente se estivessem no mesmo estado em que estavam as meias cinzas. Não podia perder mais tempo, avancei para as meias. Elas estavam me chamando e eu não tive como evitar.

Quando eu peguei a primeira meia, a porta voltou a abrir. Eu rapidamente deixei a meia onde estava e fingir estar olhando debaixo da cama.

- Aconteceu alguma coisa aí? - Ele perguntou. Sua voz não denunciava nenhum estranhamento ou algo do tipo.

- Minhas chaves caíram e eu acabei chutando elas pra debaixo da cama.

- Ah tá, tranquilo. Aqui tá o remédio. Costumo usar ele quando me machuco no futebol.

Ele me entregou uma pomada e eu o agradeci, logo em seguida ele já estava mexendo no vídeo game selecionando o time dele. Bem, era hora de tentar abstrair disso tudo um pouco e aproveitar um tempo jogando com o Diego.

Enquanto selecionávamos os jogadores e etc, lembrei de uma conversa que tive com ele uma vez sobre apostas.

"– E mesmo teu primo sendo horrível, ele ainda quis apostar!"

Hoje eu entendo porque o meu primo quis apostar e o que ele chegou a apostar. Mas eu não sei se tenho coragem assim, por mais que eu queira. Não quero que aconteça com o Diego o mesmo que aconteceu com o Felipe. Claro, meu nível de amizade com o Diego não é nem de longe o que era a minha amizade com O Felipe, mas tenho medo de fazer cagada mesmo assim.

- E aí, vai escolher ou não vai? A queda afetou a sua cabeça? Hahaha - Diego perguntou, tirando-me de meus devaneios.

Realmente, Diego era um cara legal e eu não queria perder sua amizade.

- Calma... Tá tão apressado pra perder assim? Hahaha

Começamos a partida e confesso que eu não estava no meu melhor. Eu só conseguia pensar em seus pés - que estavam a minha frente - e nas meias - que continuavam repousando no tênis perto da cama.

O Diário de um Podólatra 2 - O PrimoOnde histórias criam vida. Descubra agora