All Star 43

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Meu primo havia saído e eu ainda estava ali sentado no sofá da sala assistindo, ou pelo menos fingindo assistir a programação da TV. Estava cansado daquele marasmo e por isso resolvi ir para o PC, até por que o Pablo e eu não tínhamos mais curtido um o pé do outro e a vontade bateu...

Enquanto eu passava pelo corredor, eu vi a porta do quarto de hóspedes aberta, eu sabia que era errado, mas o que custa dar só uma olhadinha? Entrei no quarto e vi caos que aquele desajeitado causou, a toalha estava em cima da cama, a roupa que ele havia usado na viagem estava jogada num canto do quarto, a mala estava aberta e toda revirada, em cima do criado mudo o netbook dele estava carregando. Mas nenhuma dessas coisas me chamou mais atenção do que um objeto em especial largado no canto esquerdo do quarto. Seu All Star cano curto estava ali e pelo visto recém-tirado já que foi esse o tênis que ele usou na viagem... Recém-tirado, isso significava que o cheiro do pé dele ainda estava lá. Aproximei-me até aquele tênis e lentamente coloquei-o no meu rosto.

Dei uma fungada longa e suave. Ele parecia não ter muito chulé. O cheiro era leve e exalava ao cheiro familiar de pé. Confesso que me decepcionei um pouco e logo em seguida me dei conta do que eu estava fazendo. Larguei o tênis no mesmo lugar e resolvi sair dali, prometendo a mim mesmo que nunca mais me interessaria pelos pés dele, não mesmo. Eu não podia fazer isso com aquele metido do Paulo e depois se ele descobrisse que eu sou podólatra... Eu não sei o que seria de mim.

Quando estava saindo do quarto um pequeno livro me atraiu a atenção, cheguei mais perto e vi um pequeno cadeado. Isso só podia significar uma coisa, um diário. O fato de Paulo ter um diário era meio cômico, mas eu queria saber o que ele escrevia ali, então fui atrás da chave, mas no instante em que movi meu corpo, o interfone tocou novamente.

Fui atender ao interfone meio irritado por saber que a pessoa que estaria do lado de fora do portão era o Paulo. Assim que abri o portão Paulo entrou em casa, me deu um simples oi e foi para o seu quarto. Eu, fiz o mesmo, subi para o meu quarto e liguei o computador.

O Diário de um Podólatra 2 - O PrimoOnde histórias criam vida. Descubra agora