Diego e eu ficamos ali, na minha sala, em um silêncio desconfortável, enquanto aguardávamos Paulo voltar com um copo de água. Minha mente estava uma bagunça de emoções, e eu me sentia traído, confuso e vulnerável... Novamente. Precisava de respostas, e estava claro que o próximo passo seria confrontar o Pablo.
Paulo retornou com o copo d'água e me entregou, mas eu estava tão atordoado que mal consegui beber.
Eu ainda lutava para conter as lágrimas. Era difícil aceitar que mais uma vez ele tinha sido babaca comigo... Então por que ele disse tudo aquilo na última vez que nos vimos? Será que ele tinha sido sincero? Como eu havia me tornado tão vulnerável a ponto de permitir que isso acontecesse? Por que Pablo faria algo assim? Eu precisava de respostas, e esperava que ele pudesse fornecê-las.
Olhei para o meu primo novamente. Sua cara plácida não denunciava nenhum deleite da minha desgraça. Se no fundo ele estava comemorando que estava certo sobre tudo, na superfície da suas expressões nada aparecia.
Diego se levantou e começou a digitar uma mensagem no celular.
- Estou mandando uma mensagem para o Pablo agora mesmo, pedindo para nos encontrar. Ele precisa explicar isso direito.
- Não precisa. Eu quero conversar com ele sozinho.
Diego olhou para mim, ainda com o celular nas mãos.
- Tem certeza disso? - Ele perguntou preocupado.
- Sim. Eu agradeço sua ajuda, mas eu preciso falar com ele sozinho.
Diego guardou o celular.
- Sendo assim, beleza. Eu já vou indo então. Me avisa se precisar de alguma coisa.
- Vou te levar até a saída - Paulo disse.
Os dois estavam caminhando juntos até a porta enquanto meu olhar se fixava no vazio. Eles estavam próximos a saída quando Diego parou de repente e falou:
- Rafa, sério mesmo, se você quiser me contar qualquer coisa, eu estou aqui.
E aí eu tive certeza que ele percebeu que talvez a história não fosse tão mentira assim. Mas eu não estava pronto para me assumir para o meu melhor amigo.
- Obrigado.
Ele ainda me olhou por alguns segundos, acenou baixando levemente a cabeça e depois seguiu caminhando em direção a saída.
Era hora de confrontar o Pablo e descobrir a verdade por trás das intenções daquele filho da puta.
POV do Pablo
Meu celular estava vibrando sem parar. Achei que fosse uma ligação, mas na verdade eram umas 20 mensagens do Rafael.
Passei o olho de relance por todas as mensagens e as palavras chaves eram: Bruna, Vanessa, Diego, Paulo, casa e conversar...
Eu sabia que tinha algo de estranho acontecendo.
Meu celular vibrou novamente. Dessa vez uma mensagem da Vanessa: "Oiê, tá livre hoje? Precisamos conversar"
Puta que pariu... O dia mal tinha começado e já tinha duas bombas para resolver.
Toquei a campainha e, após alguns segundos de espera, a porta se abriu. Rafael estava lá, com os olhos vermelhos e inchados, claramente emocionalmente abalado. Ele me convidou para entrar, e eu segui.
Caminhamos até o quarto dele. Rafael fechou a porta atrás de nós e nós sentamos em sua cama.
- Ok, vou ser bem direto. Você contou pra Vanessa que eu estou apaixonado por você?
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O Diário de um Podólatra 2 - O Primo
RandomPara mim não é novidade o fato de eu ser bissexual. Mas descobrir que o garoto que você mais deseja também passou a tomar gosto pela coisa e ainda por cima compartilha o mesmo fetiche que você, isso sim é ganhar na loteria! Nossos amigos não sabem...