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《 Caça ao Anjo》

    A dor se tornou uma anestesia. Quando sinto que não vou conseguir sobreviver a isso, eu lembro da maldita anjo que deixei presa. Não vou entregá-la para esses demônios idiotas, nem que esteja custando minha vida.

-- Pelo visto não vai falar mesmo, né?. -- Lúcifer respira ofegante de tanto me bater, e caminha até meu pai. -- Fazemos diferente então. Me entregue a anjo, e seu pai fica vivo. -- Sorri, alterando o olhar entre nós dois.

    A raiva que estou sentindo dele, me faz com que eu deseje sua morte.

-- Dahlia, não vai deixar ele me matar, não é?. -- Ele se debate nas correntes assustado, quando Lúcifer já fica detrás dele.

-- Sei não, acho que ela quer te matar. -- Lúcifer diz sarcástico entre risos.

-- Mas eu te contei a verdade! Sem mim você não iria saber da anjo. -- Comenta apavorado.

-- É um desperdício matar um aliado tão fiel... -- Finge estar abalado. -- Mas é necessário. -- Lança um sorriso macabro.

    Meu pai gritava meu nome, e pedia para eu contar cada vez que ele sentia a mesma dor que eu. Decido fechar os olhos, e tentar ignorar o som de seus gritos, afinal, estamos aqui por culpa dele. Tudo isso durou um longo tempo, até que ele não emitia mais nenhum barulho quando o chicote estralava em si. Abro os olhos, e vejo meu pai desacordado de relance.

Lúcifer guarda o chicote, e vem até mim com um olhar de decepção.

-- Fique aqui essa noite, e eu vou pensar o que faço com você. -- O homem vermelho some, me deixando sozinha com o corpo de meu pai ao lado.

《...》


    Ando de um lado para o outro em meu escritório, pensando em como iria para a Terra. Aquele capeta insuportável deixou demônios a minha volta, me proibindo de sair. Para soltar Celeste eu preciso arrumar um jeito de ir pra Terra, mas assim os demônios vão me seguir, e vão descobrir aonde está a anjo.

    Texis entra na minha sala, trazendo panos e agulhas.

-- Vamos começar?. -- Pergunta o dragão, colocando os materiais em cima da mesa.

    Respiro fundo, e me sento na cadeira. Faço minha roupa sumir ficando apenas de peças íntimas, revelando meu corpo mutilado. O dragão me olha com pena, me fazendo bufar.

-- Para de me olhar assim. -- Resmungo cabisbaixa.

-- Tabom, desculpa. -- Encolhe os ombros.

    Assim fico em silêncio, e observo o dragão pegar em meu braço, e limpar algumas feridas que ainda estavam abertas. Eu pedi para ele costurar os cortes mais profundos, e doía quando aquela agulha furava minha pele. Mas lembro das chicotadas, e garanto que nunca mais sentirei algo tão doido quanto aquilo.

   O meu dia se passava em planejar como ir pra Terra, e os dragões se prontificaram para me ajudar. De início eu não aceitei essa idéia, por medo de Lúcifer matá-los. Mas eu não conseguiria sozinha.

    Não existe tempo aqui, mas garanto que uma hora aqui equivale muito tempo na Terra, e deste que não pude sair do inferno, meu peito vivia em amargura e agonia. Nunca estive tão preocupada o quanto estou com aquela anjo. Se eu não tivesse prendido ela, tudo isso não teria acontecido. Minha punição estará marcado em mim para sempre, e acho até irônico em pensar que foi um castigo vindo de Deus.

   O momento de sair do inferno chegou, e preciso agir com rapidez. Nesse tempo eu consegui o livro de magia negra, e aprendi a clonagem da sombra. Passava todo o tempo treinando, para fazer um clone de mim convincente. Os dragões me ajudaram a roubar o livro, e Texis ficará em meu escritório com meu clone, enquanto à Jebuff distraindo os demônios que tentarem ir até o escritório.

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