🥀1.21

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《Rejeição》

-- Vamos Dahlia, tu conseg-

    Sou interrompida por sua fumaça nasal quente atingindo meu rosto. Ela grunhia baixo e sacode a cabeça, e em seguida se aproxima de mim rugindo mais alto, fazendo meus ouvidos chiarem e algumas gotas de sua saliva cair em mim. Enquanto rugia em meu rosto eu passo meu braço entre seus dedos espaçosos, e toco minha mão em sua fuça a fazendo se calar rapidamente, e encarar minha mão.

-- Se me matar agora, saiba que não guardarei mágoa de ti. -- Digo pacífica.

    Seu focinho se mexia, parecendo farejar minha mão, e logo se aproxima de meu rosto quase encostando sua fuça em mim me cheirando. Aproveito a aproximação, encosto minha testa em si, abraçando seu rosto.

-- Independente do que você seja, eu ainda vou gostar muito de você. -- Acaricio sua pele grossa. E mesmo me queimando com sua respiração, não me afasto. -- Está me ouvindo, né?. -- Olho para seus olhos grandes, que já não continha medo, apenas brilhando.

    Ela fecha seus olhos, e abaixa mais seu rosto se esfregando em mim, em busca de mais carinho. Solto uma risada baixa, e acaricio sua pele.

    Havia esquecido completamente que estava em uma guerra, sentia apenas calmaria e aconchego em meu coração, porém, a ficha cai que estamos em uma guerra quando Dahlia é puxada bruscamente para trás, com uma corda sagrada em seu pescoço, e logo é colocado uma focinheira em sua boca. Ela rugia, tentando se debater, porém mais cordas estavam amarrando ela.

-- Não! Parem!. -- Com os olhos lacrimejando, me levanto indo em direção aos anjos.

    Parece que não me escutam, apenas á arrastava para o círculo dourado formado no chão.

-- Graças a sua distração, tivemos tempo de preparar o selamento. -- Cristian surge ao meu lado com um sorriso no rosto, mas logo desfaz ao ver minha infelicidade. -- Você tá chorando?. -- Diz com estranheza.

    Passo minha mão em meu rosto limpando as lágrimas, e me viro para ele enrrugando o rosto irritada.

-- Estou!. -- Empurro seu corpo, e corro em direção á Dahlia. 

    Conseguiram contê-la, e ela está imóvel no chão, com diversos anjos segurando as cordas. Me aproximo de sua face e seus olhos lutavam para ficar abertos, e lacrimejando muito. Quando tento tocá-la, ela recua para trás soltando um ar pelo nariz. Em seguida ela deita sua cabeça no chão, olhando em outra direção, fazendo tudo se desmoronar para mim. A culpa é minha, ela tem razão em ficar chateada comigo.

   Sou puxada para longe dela, e Cristian me joga no chão.

-- Tu vais selar ela. -- Diz auditório, me entregando uma pequena escultura com o frasco com o sangue da demônia cravejado.

-- Não. -- Me levanto irritada, e bato com a escultura em seu peito. -- Não vou participar disso. -- Dou de ombros me afastando.

-- É melhor tu fazeres. -- Fala ameaçador. -- Todos estão de testemunha que tu podes estar cooperando com uma demônia.

    Paro de andar, e viro lentamente meu corpo em sua direção.

-- Sinceramente, não ligo para o que pensaram. -- Sorrio amargamente, e abro minhas asas voando para longe.

    Não iria resistir em vê-la sendo selada. Enquanto voava, apenas escuto seu grunhido de dor.

    A guerra acabou, os anjos ganharam, e os demônios sobreviventes recuaram. Todos os anjos voltam vitoriosos, não me sentia assim após perder alguém.

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