🌸2.07

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🌸| Confusão

- Posso? - Sorrio.

Ela abre espaço no chuveiro, e amarro meu cabelo para não molhar tanto. Ocupo o pouco espaço dado, e consequentemente nossos corpos se grudam, e a água morna entre a gente começa a ferver sob minha pele.

Seus olhos não se desprendem de mim, e timidamente percorro minhas mãos por seus braços, sentindo o leve relevo de suas cicatrizes e a definição dos seus músculos, até chegar em suas mãos, e as levantar para desferir um beijo em cada uma.

- Por que está machucada? - Passo meu polegar pelas feridas.

Ela desvia um pouco o olhar, e parece pensativa sobre o que dizer, mas logo volta a me encarar e solta um suspiro cansado.

- Bati em uma porta. - Ergo uma sobrancelha ao ouvir sua resposta. - Antes a porta do que a cara daquele velho. - Acrescenta.

- Tu brigaste com seu chefe? - Pergunto surpresa.

- Ele me tirou do sério, eu juro que tentei. - Aperta minhas mãos. - E foi só uma discussão...

- Uma discussão que machucou sua mão. - Acrescento preocupada.

- Não vai acontecer de novo. - Tira alguns fios de meu rosto.

- É, acho que ele não vai se arriscar em brigar contigo. - Rimos juntas.

Abaixamos nossas mãos e a ruiva encosta nossas testas, fazendo com que seu cabelo molhado escorra uns pingos de água por meu rosto, e eu possa encarar as íris verdes de perto, que se destacavam ainda mais por conta de sua maquiagem escura que não saiu completamente pela água.

- Você é tão linda. - Murmura. - Seus olhos me fazem querer gritar o quanto a amo.

Sua confissão faz meu peito palpitar, e um sorriso bobo se formar em meus lábios. Suas mãos já estavam em volta de minha cintura, e passo a subir as minhas até sua clavícula para passear meus dedos.

Não conseguia responder quando estava tentando manter o foco em seus olhos, mas quando ela desviava para meus lábios, eu engolia a saliva ansiando por teu beijo. Tenho certeza de que ela está esperando que eu a beije, e faço o tão esperado, agarrando seu rosto e quebrando nossa única distância.

A forma com que me beijava era extremante romântica, calma e devagar para aproveitar cada beirada de nossas bocas e saborear seus lábios doces. Sentia seus dígitos deslizarem por minha cintura e apertar cada vez que aprofundamos nossos beijos, me arrancando alguns suspiros inesperados.

Separamos nossos lábios em busca de ar, e Dahlia deita em meu ombro, me fazendo sentir sua respiração calma em meu pescoço. Sentir ela de qualquer forma me traz uma paz incondicional, um sentimento que preenche meu peito e que a todo momento tenho que por para fora e mostrar o que ela causa dentro de mim.

- Eu te amo tanto, Dahlia. - Passo minha mão por seus cabelos molhados.

Ela fica alguns instantes em silêncio, ergue o rosto para me olhar e noto que esteja querendo dizer algo. Antes que eu pergunte, ela decide falar.

- Você pararia de me amar?

Sua pergunta repentina me faz afastar um pouco o rosto espantada.

- Como? - Franzo levemente o cenho.

- Se você me amaria sob qualquer hipótese. - Abaixa um pouco o olhar.

- Entendi o que disse, eu quero saber o intuito. - Toco em seu rosto, fazendo-a me olhar.

- Eu só queria saber se algo fosse capaz de fazer você parar de me amar. - Seu olhar tristonho me faz suspirar.

- Nem se eu quisesse eu pararia de te amar. - Acaricio seu rosto. - O amor é instalado inconscientemente em nossos corações, e não é tão simples remover ele. - Tiro minha mão de seu rosto. - É até difícil ignorar ele quando se torna tão intenso.

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