🌸2.05

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🌸| Vozes

Quando tudo estava quase pronto, me dispus para arrumar a mesa. Coloquei duas taças, acendi velas, e os melhores pratos e talheres que temos. Tudo para deixar bem perto da experiência de um restaurante, por mais que eu estivesse ansiosa para jantar com minhas amigas, eu prefiro estar a sós com a Dahlia e aproveitar nosso momento.

   Ela se aproxima com a bandeja cheia dos bolinhos feitos, e põe sobre a mesa.

— Está pronto nossos burritos. — Sorri orgulhosa olhando para sua obra gastronômica.

— O cheiro está ótimo. — Sinto o aroma pairando com o vapor que saía por estar quente ainda.

   Dahlia afasta a cadeira para mim e me sento com um sorriso bobo, agradecendo. Ela coloca um pouco de vinho em cada taça e erguemos fazendo um brinde.

   E quando se trata de comida, surge Texis e Jebuff. O papagaio pousa em cima de uma cadeira, enquanto o gato se senta e dá um miado sem tirar sua atenção dos burritos.

— Eu quero! — Jebuff exclama.

— Vai ficar querendo. — Dahlia Caçoa enquanto serve nós duas.

— Chata!

— Calma, ela só está brincando. — Dou uma curta risada, e repreendo ao vê-la negando em silêncio.

   Pego um prato e divido um burrito no meio, e coloco no chão para os dois conseguirem comer com mais facilidade.

— Esses interesseiros só vem aqui quando tem comida. — Resmunga.

— É compreensível. — Dou a primeira mordida sentindo a explosão de sabores em minha boca. — Eles não tem comidas gostosas no inferno.

   Ela concorda em silêncio por estar com a boca cheia. De repente, me sinto observada, e cruzo meu olhar com os dois ao meu lado. Noto que o prato já estava vazio, e pelo visto eles querem mais.

   Comprimo meus lábios em um sorriso, e não resisto em ver um gatinho muito adorável com a fuça suja, e um papagaio com migalhas no bico. Seria desumano da minha parte negar algo para essas criaturinhas.

|🥀|

Dia seguinte…

   Infelizmente, meus dias de folga acabaram, e terei que voltar para aquele bar. O problema não é nem o trabalho, é lidar com aquele merda que recebo ordens.

   Com esse tempo, entendi que é necessário um gatilho para o pecado se proliferar. Como, por exemplo, a luxúria, que só por estar perto de Celeste que sinto meu corpo reagir diferente, a ponto de minha cabeça doer na tentativa de eu tentar fazer parar. A irá se torna bastante presente por eu naturalmente me irritar facilmente com as coisas, e agora com um demônio para fazer meu corpo borbulhar de raiva, é difícil controlar, me recordo até de quando tentava controlar aquela fera em que eu me transformava. O orgulho me faz não querer nenhum tipo de ajuda em relação a isso, o restante dificilmente se manifesta por falta de gatilhos.

   Visto minha calça jeans escura, uma jaqueta curta de couro e botas com um pequeno salto. Geralmente, é o que costumo vestir, e antes que eu saia de casa, preciso saber se a Celeste quer que eu a busque antes de eu ir trabalhar. Deste, aquele ocorrido com ela, prefiro acompanhá-la, não sei se vai surgir mais daquelas mulheres malucas. Mas, pelo visto, ninguém mais comenta sobre eu ser um demônio, deste que desmenti toda a história.

   Ligo para Celeste, e sou atendida rapidamente.

— Oi amor. — Escuto barulho de chaves ao fundo.

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