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《 Nova Vida 》

    Após o clarão acontecer, sinto meu corpo ser jogado como se estivesse caindo de uma grande altura. Não conseguia abrir os olhos, e quando sinto que estou próxima de se chocar em algo, abro os olhos apressadamente erguendo meu corpo, e noto que estou deitada em uma cama.

    Respiro ofegante pela sensação horrível que acabei de passar, e sinto minhas mãos suadas. Quando me acalmo olho ao arredor, e vejo o quarto iluminado por velas de decoração simples. Olho para minhas mãos não sentindo nenhum pouco de poder. Respiro fundo e me levanto, cambaleando um pouco ainda visualizando o quarto que estava.

    Vou até uma cômoda, e vejo uma bíblia em cima dela, com o versículo "Gênesis 28:15". Continuo olhando em volta, e abro o guarda roupa, e vejo algumas peças de roupas.

    Saio para fora do quarto e de frente já estava a porta do banheiro, sigo o caminho, e dou com a sala, e uma bancada que levava a cozinha, tudo no mesmo espaço. O que me chamou atenção é a luz do sol que batia em cheio na sala, e me dou conta que tem uma varanda.

-- Então aqui é minha casa... -- Murmuro contente, caminhando e tocando em tudo.

    Estou feliz, me sinto mais livre, e todo aquele peso foi por água abaixo. Agora preciso apenas focar em como vou dirigir minha vida humana, e me acostumar em ser uma.

    Escuto batidas na porta me tirando dos pensamentos, e fico hesitante em abrir. Abro uma pequena brecha e vejo uma mulher baixa e de cabelos escuros e curtos acenando para mim, com algo na outra mão. Abro a porta por completo, revelando totalmente a moça aparentemente jovem.

-- Olá! Você é a vizinha nova, não é?. -- Pergunta simpática.

-- Ah... Sou. -- Concordo ainda perdida.

-- Nossos vizinhos não são tão receptivos, mas vim desejar boas vindas!. -- Estende o bolo para mim e pego agradecendo. -- Sou do apartamento da sua frente. -- Aponta para trás. -- Me chamo Mia Petit. -- Se apresenta.

-- Eu sou... Celeste. -- Sorrio envergonhada.

-- Qual seu sobrenome?. -- Pergunta curiosa.

-- Sobrenome?. -- Franzo o cenho. -- Ah, não tenho.

-- Nossa, você é estrangeira não é? Pelo seu sotaque não deve ser francesa.

-- Estamos na França?.

-- É. -- Ri. -- Esqueceu para onde se mudou?.

-- Estou brincando. -- Forço uma risada. -- Quer entrar para comer o bolo comigo?.

-- Se não for incômodo.

-- Imagina, pode entrar. -- Dou espaço para ela entrar.

    Fecho a porta e coloco o bolo em cima da mesa, e afasto uma cadeira para Mia se sentar. Vou nos armários e procuro por toda parte aonde deve ter talheres, até que encontro nas gavetas, pratos e colheres.

-- Mora sozinha?. -- Pergunta enquanto levo os pratos para a mesa.

-- Sim. -- Sorrio simples, e me sento á sua frente. -- E você?.

-- Com meu esposo e minha filha. -- Se serve um pedaço de bolo.

-- Que benção, uma família. -- Abaixo o olhar.

-- Minha neném está dormindo, mas depois trago para te conhecer. -- Corta um pedaço para mim também.

-- Eu adoraria, crianças são anjinhos tão puros.

--  Realmente. -- Concorda com a cabeça. -- Se mudou para cá recentemente, conseguiu um emprego?.

-- Ainda não... -- Como o bolo pensativa nesse requisito.

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