🥀1.07

633 109 127
                                    

《Companhia》


    Entrego toda a papelada para o mensageiro do submundo, e aviso aos dragões que estou indo para a Terra. Já estava anoitecendo, e então decido passar primeiro na casa e ver como está Celeste,  antes de eu ir atrás dos humanos.

    Volto para a Terra e apareço como de costume no pentagrama feito para mim. Não é tão distante da casa, então apenas me transformo em uma cobra e em poucos minutos estava lá. A cortina feita por mim cobria a casa, então atravesso aquela camada invisível, revelando a casa.

    Me transformo em humana, e caminho tranquilamente até lá. Celeste não está na sala e nem na cozinha. Vou até a geladeira, e abro vendo que tudo estava intacto, até que me viro para o balcão e as frutas haviam sumido. Me tranquilizo que ela não está tentando se matar de fome, ou algo assim. Vou em direção ao quarto e bato algumas vezes na porta, mas não escuto nada.

    Ela está fazendo alguma pirraça ou algo do tipo? Abro uma brecha da porta, e encontro o quarto vazio. Eu sei que está na casa, ainda sinto sua áurea e sua pureza pairando no ar.

-- Celeste?. -- A chamo, mas não recebo resposta.

    Ela não está no banheiro da casa, porque a porta está aberta, então talvez ela esteja no banheiro de seu quarto. Entro no quarto olhando em volta, e tudo estava em seu devido lugar. A porta do banheiro está fechada, e vou na direção e encosto meu ouvido na porta e não escuto nada.

-- Celeste, você tá aí?. -- Bato na porta. Bufo, e entro dentro do banheiro impaciente. -- Para de ficar se escondend-

   Minha visão é tampada por um pano caindo sobre mim, e quando vou tentar me soltar, sinto braços me apertando e me jogando no chão. Não enxergo nada, mas sei que meu corpo foi imobilizado, e me debato, mas não consigo se soltar.

-- Te peguei, sua peste. Agora me libera desse lugar, se não vou te exorcizar a moda antiga. -- Sinto algo em formato de um crucifixo em meu rosto coberto.

-- Se eu tentar escapar, você vai se machucar. -- Respiro fundo em busca de paciência.

-- Eu vou começar a orar. -- Pressiona o crucifixo em meu rosto.

-- Para com essa porra, me solta logo!. -- Sacudo minha cabeça. -- Eu que tenho poder aqui, então se não quer se machucar, me solta. -- Resmungo alto.

    Ela me ignora e começa a murmurar algo, creio que esteja orando. O crucifixo começou a queimar o pano, e me debato tentando se soltar. É claro que não vai conseguir me exorcizar com esse método, mas se esse negócio encostar na minha cara, eu vou ficar com a marca permanente em meu rosto. Quando sinto a ponta do meu nariz esquentar, e rapidamente me transformo em cobra, fugindo dos braços da anjo. Mas ela agarra o pano que ainda estava em cima de mim, e me aperta.

    O jeito era me transformar em demônio, e fiz aquele pano se tornar um pedaço de trapo ao meu lado. Minhas costas se curvam no banheiro, e durante minha transformação Celeste corre para longe. Volto para o quarto, e a encontro debaixo das cobertas tremendo feito um cãozinho recém nascido. Volto ao tamanho humano, e puxo a coberta de si, a vendo toda encolhida. Rapidamente ela puxa um travesseiro e arremessa em minha cara.

-- Eu quero voltar para o céu!. -- Exclama já chorosa.

-- Caramba, eu já disse que você vai volt-

    Sou interrompida com outro travesseiro na cara.

-- Quando? Eu não aguento mais ficar aqui sozinha.

   Estava começando a ficar irritada, mas respiro fundo, e encaro seus olhos que tremiam assustados.

-- Quando for o momento certo. -- Ela arremessa outro travesseiro, e desta vez desvio. -- Da pra parar com iss-

Laços ProibidosOnde histórias criam vida. Descubra agora