🌸2.03

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🥀| Ritual

17:40pm

   Quando desperto, não sinto mais Celeste ao meu lado. Me levanto ainda atordoada e olho para o relógio na parede, me surpreendendo ao ver as horas marcadas.

— Nossa, dormi para cacete. — Coço a nuca confusa.

   Procuro meu celular pela casa para poder ligar para Celeste e perguntar se ela quer que eu a busque, e talvez a gente vá para algum lugar. Porém, não o encontro na minha bolsa, nem no quarto e em nenhum lugar. Talvez eu tenha esquecido no trabalho, mas me recordo de estar com ele durante a festa… Droga, devo ter deixado cair por lá.

   Me sento para comer o que Celeste deixou, e enquanto o café esquenta, me recordo da loucura que foi ontem, e se ela descobrir, ficará muito irritada.

Horas atrás...

— Qual é, já está indo embora? — Dante se aproxima com um cigarro em mãos.

— Estou. — Abraço meu capacete e monto na moto.

— Vamos dar uma passadinha em uma festa, a galera está comemorando que encontraram o demônio da luxúria, e tão a fim de fazer tudo e mais um pouco. — Conta descontraído.

— Estou noiva, não devo ir para… — Meu cérebro volta suas palavras, me fazendo arregalar os olhos. — Como assim encontraram o demônio da luxúria?

— Depois que anunciaram, ela se revelou e vai dar a maior festa com putaria à vontade. — Fala empolgado.

— Ela está mentindo. — Franzo o cenho.

— Pode ser, talvez, mas o que realmente importa é a festa. — Levanta e abaixa os ombros. — Vamos?

— … — Olho para baixo pensativa. — Vamos.

    Acompanho Dante até o lugar e realmente estava acontecendo uma grande festa. Se eu ainda fosse um demônio, esse lugar seria um prato cheio. Aqui realmente se comemora com a luxúria. Para onde eu olhava, via pessoas bebendo, se drogando e muita pegação. Esses humanos estão tão sujos quanto os demônios voluptas.

A medida que caminhamos à procura do “demônio” da luxúria, ignoro os chamados e investidas que os humanos me direcionam. 

   O Dante, ao contrário, parecia uma criança em um parque de diversões, e tinha que segurá-lo para não ir às atrações. Mas de repente, ele estava com alguma bebida na mão e me oferece.

— Essa é boa.

— Tem droga nisso? — Olho desconfiada para o copo.

Avisto apenas o líquido verde com rodelas de limão e gelo.

— Não… eu acho. — Dá uma checada, balançando o copo. — Bebe, aí vai.

    Pego o copo da sua mão e bebo, sentindo o álcool descer rasgando em minha garganta, mas em seguida um sabor doce invade meu paladar.

— Toma essa porcaria. — Faço uma careta, devolvendo para ele.

   Estava mais complicado do que pensei encontrar minha cópia fajuta, e comecei a perguntar para as pessoas que me indicavam um lugar diferente toda vez. Até que entramos em um corredor, mas o que não esperávamos é que teríamos mulheres em volta, e tenho que passar por ali com os olhos fechados, para não ter que ver essas criaturas seminuas.

— Caralho, vou ter que pedir para Deus me tirar daqui? — Murmuro, apertando o passo.

— Para quê, aqui já é o paraíso. — Acena para as moças.

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