🥀1.16

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《 Arrependimento 》

    Depois do meu encontro com o dragão volto para o céu lunar. Caminho entre os anjos que conversavam entre si, alegres como sempre. Me sinto um pouco ranzinza por não estar sorrindo igual. Minha feição estava fechada, e não encontro razão para estar sorrindo. Mas não quero passar a impressão que sou infeliz aonde estou. Flynn foi para uma missão especial, e não tem data prevista para voltar, já estou sentindo muito a falta de sua presença.

    Distraída em meus pensamentos me assusto ao sentir meu braço sendo puxado para um local mais afastado. Me solta fazendo minhas costas baterem em um pilar, e me deparo com Cristian me olhando feio.

-- O que houve?. -- Pergunto ainda assustada.

-- Vou ser direto. -- Se aproxima de mim, encarando o fundo de minha alma através de meus olhos. -- Qual a tua relação com a demônia?. -- Estreita os olhos.

   Sinto meu corpo congelar e engulo seco travando minha respiração. Será que ele viu ou ouviu alguma coisa?

-- Que tipo de pergunta é essa?. -- Volto a me mover e desencosto do pilar, erguendo a postura.

-- Responde. -- Diz seco.

-- Nenhuma. -- Franzo o cenho. -- Agora, com licença. -- Tento passar por ele mas o mesmo segura em meu ombro, e me encurrala no pilar.

-- Por que ela nunca te machucou!?. -- Exclama agressivo

   Odeio brigas, principalmente com outros anjos. Mas nunca irei tolerar que me tratem dessa forma sem eu ter feito nada. Franzo o cenho e o empurro com força para trás, fazendo o anjo cambalear, mesmo sendo forte e um pouco mais alto.

-- Cristian, jamais aceitarei que me trate novamente assim. -- Continuo com meu tom baixo, porém ainda firme. -- Se ponha em seu devido lugar, e pergunte normalmente. -- Ergo o queixo. -- Na próxima terei que agir com o mesmo nível de agressividade.

    Ele trava a mandíbula e suspira, apoiando as mãos na cintura. Dá alguns passos descontraídos até que ele volta a sua atenção para mim.

-- Vamos começar denovo. -- Se pronúncia mais pacífico. -- Qual sua relação com a demônia?. -- Repete. 

-- Nenhuma. -- Respondo sem esboçar nenhuma reação.

-- Por que ela nunca te machucou?.

-- Não sei. -- Levanto e a baixo os ombros.

-- Como conseguiu o sangue dela?. -- Cruza os braços.

-- Distrai ela, e depois mordi. -- Explico tranquila.

-- Mordeu ela?. -- Franze o cenho com estranheza.

-- É... -- Confirmo já sentindo meu rosto ferver. -- Acabou as perguntas?.

-- Sinto que tem algo entre vocês. -- Me olha desconfiado. -- Sabe o motivo dela ter me batido tanto?. -- Se refere á Dahlia, e nego com a cabeça. -- Eu falei de você, e ela não gostou nenhum pouco. -- Travo novamente a respiração.

-- Não sei porquê ela faria isso... -- Comprimo os lábios.

-- Que tipo de laços você criou com ela? Laços proibidos? Que jamais seriam perdoados por Deus?. -- Suas palavras me encurralam.

-- Suas conclusões são precipitadas. -- Tento me recompor.

-- Não é uma conclusão. -- Sorri de canto. -- Estou te perguntando, Celeste. A anjo mais deciplinada e santa dos céus.

-- Já disse, não temos nada. -- Abaixo as sobrancelhas.

-- Tabom. -- Finge estar convencido. -- Pode mentir para mim... menos para Deus. -- Dá alguns passos para trás. -- Ah! Não esqueça o que aconteceu com o anjo que quis trair vosso pai. -- Aponta para baixo, sinalizando o inferno.

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