Capítulo 31

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Não, sem corpo, sem crimeEu não ia deixar aquilo de lado até o dia em que ele morresse

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Não, sem corpo, sem crime
Eu não ia deixar aquilo de lado até o dia em que ele morresse

No body, no crime



— Sem querer ser um chato, mas está chovendo. – Enzo sorriu para Anastasia, recebendo dela um olhar de censura – Não quero que a estrela fique doente, me entende, não é?

— Afaste-se de mim. – mandou zangada.

O italiano deu três passos grandes para o lado, desviando o olhar.

A chuva continuava caindo durante a visita dos pilotos no memorial aos soldados que perderam suas vidas lutando na guerra. As gotas eram cada vez mais grossas, constantes e frias. As flores não sobreviveriam por muito tempo, e Enzo não queria que Aaron sofresse com resfriado. No entanto, ele aceitou tornar a Ferrari um bom exemplo.

No fim dos minutos em silêncio, eles retornaram para a proteção do guarda-chuva.

— Vão precisar de bebida quente e um médico. – disse, ao colocar toalhas nos ombros de ambos.

— Não somos feitos de açúcar. – Maxine reclamou.

— Esse tempo frio mata até o mais forte dos homens, e temos uma equipe para fortalecer. Vamos para o hotel.

A agenda nos dias na Rússia estava cheia. Não era só visitar lojas que Enzo inaugurou, mas realmente conhecer as pessoas. Eles visitaram um comitê para jovens atletas, com o intuito de arrecadar dinheiro para quem não podia pagar as despesas. Estiveram em museus e monumentos importantes. Foram convidados para visitar alguns orfanatos, centro de adoção de animais domésticos, e casas de repouso. 

— Somos Ferrari. – Enzo dissera mais uma vez para a russa, querendo desesperadamente que ela desistisse da ideia de boas ações, porque ele queria lucro. Não fazia sentido deixar seus pilotos segurando gatos, ou aprendendo a costurar meias de lã.

— Afaste-se. – mandou.

Aaron colocou as mãos frias no bolso do casaco, apertando com força o tecido grosso. Não sabia como aquela cidade conseguia ser mais fria que a Suíça inteira. Odiava dias acinzentados.

— Ela odeia o Enzo. – Aaron comentou achando engraçado observar os dois.

— Suspeito que odeie muitas pessoas.

— Você também me odiava.

Maxine fez uma careta, entendendo o que ele queria sugerir.

Não conseguiu imaginar um casal mais improvável. Anastasia mataria Enzo no primeiro surto dele. Não era do tipo que aguentava um homem de quarenta anos quase enfartando por causa de uma corrida. Imaginar uma russa e um italiano dividindo o mesmo teto era o mesmo que imaginar Louis e Maxine vivendo felizes para sempre.

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