Capítulo 18

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A pergunta bate na minha cabeçaO que é uma vida inteira de conquistas?Se eu te empurrei até o limiteMas você foi educada demais para me deixar

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A pergunta bate na minha cabeça
O que é uma vida inteira de conquistas?
Se eu te empurrei até o limite
Mas você foi educada demais para me deixar

Coney island



— Eu sabia.

— Você não sabe de nada.

Bateu a ponta dos dedos na testa, olhando para além de Maxine. Ela virou-se para enxergar o que prendia atenção dele, mas não havia nada.

A mente de Aaron jogava com ele. Era o mesmo que enxergar cores na música. Acontecia quando uma fechadura era novamente aberta, e um click ouvido no seu subconsciente. Era mais fácil lidar com um fantasma, mas nunca com o rosto que viu se contorcer no chão de uma sala.

O rosto jovial era uma mentira. Sabia. Assistiu a mesma corrida diversas vezes até entender completamente que sua mente estava quebrando aos poucos. Um dia não haveria mais o que salvar.

— Não olhe para mim. – fez um sinal apontando para Maxine, mas Aaron continuou paralisado.

— Como você conseguiu isso sem que percebessem? Foi um crime perfeito? – Maxine continuou falando – E suas digitais?

— O jardim. – apontou na direção das flores, além das paredes. Aaron seguiu o dedo dele, hipnotizado. Não era quem falava. 

— Foi no jardim. Tem algo lá.

Maxine assentiu, colocando a mão no queixo.

— Envenenamento. Foi inteligente e sortudo por encontrar uma toxina que não aparece nos exames.

— Foi um presente na verdade. – a voz disse novamente, ele imitava a pose dela.

— Foi um presente. – repetiu.

— E a pessoa? Onde está?

— Minha mãe está no céu. – olhou brevemente para o teto.

— Minha avó.

— Mas ela estava viva na época, não é? – pensou mais um pouco – Mas como o fez beber?

— Verdade, como fez?

Aaron colocou as mãos no ouvido, dando as costas para ela e sua alucinação.

Começou na infância. Um escape mental. Aaron conseguia falar mais abertamente com o rosto gentil do outro lado. Foi assim que tudo começou.

— Cadê sua língua? Esqueceu em algum lugar? – ele implicou consigo, instigando.

— Maxine... – chamou-a.

— Sim, diga para a Maxine. – incentivou.

— Preciso que vá embora.

— Não vou embora. – disse firmemente – Um segredo pelo outro, Aaron.

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