Capítulo 9 Insolente

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          Acordo de meu sonho e nele eu via meu Dono vindo me buscar com a coleira em sua mão, eu me via correndo para ele e ajoelhando à sua frente, demonstrando para ele toda a minha alegria estampada em meu rosto.

          Mas o que tenho agora é a realidade de minha cela, alguém entrou enquanto dormia, ainda está escuro, acendo a luz fraca, a veste usada ontem na festa já não está mais onde deixei, tenho novamente para vestir apenas o saiote e as correias, me levanto, me visto, se é que se pode chamar de estar vestida, usar um saiote, em que ao menor movimento de se abaixar sua bunda fica completamente exposta, os seios sempre nus, mas isso já não me importa mais, quero terminar meus dias aqui, cumprir a minha provação, eu quero sair guiada pelas mãos de meu Dono, da forma como ele me desejar.

          Tento abrir a porta, trancada, preciso ir ao banheiro, nada ouço, que horas devem ser, volto para a cama, deito de lado, assumo uma posição fetal, quero apenas relembrar dos dias com meu Dono, pensar nos futuros dias com meu Dono. Meu corpo se arrepia ao me lembrar de ontem, sendo conduzida firmemente pelo encapuzado, o que senti ao meu corpo se encostar-se a sua perna, a forma como ele me fez caminhar, sim eu era uma cadela naquele momento, algo que nunca havia me soado tão bem, tinha minhas relutâncias, mas me senti uma cadela altiva, gostei da sensação, mas meu pensamento agora é só para quem me conduzia pela guia com maestria, o aquele perfume que eu senti, sim conheço aquele perfume. Então um temor me faz tremer, estou pensando em alguém que não sei quem é, gostei de estar com ele, estou traindo meu Dono? Não, não posso pensar nisso, mas sim eu senti desejo ali. Meu coração se aperta como pude desejar outro, se era outro não mereço usar a coleira que meu Dono mandou fazer com tanto cuidado, que carinhosamente colocou em meu pescoço pela primeira vez, uma angustia imensa me invade, choro, abraço forte minhas pernas puxo os joelhos contra meu peito.

          Então um barulho na porta, ouço a tranca se abrir nesse momento eu estou confusa, custo a me levantar então a porta é aberta vejo que Lua e outra submissa entram, nem tinha me levantado ainda e ouço a voz de Lua.

          - Elvira você está bem?

          Sem nem ter conseguido dizer uma palavra, ouça a voz da outra submissa, a qual Lua já havia me avisado sobre ela.

          - A insolente está sim, está vestida, a preguiçosa voltou a deitar e ainda por cima nem nos recebeu com uma reverência, isso não ficará assim. Levante logo, já estão quase todos à mesa esperando Domme Cristina.

          Tento dizer algo, mas ela já virou as costas, Lua a segue, não tem outro jeito eu tenho que levantar depois de um lindo sonho e com isso o meu dia desmorona logo no início, vou à cozinha e pego o carrinho que já está preparado, levo para a mesa, estão todos de pé, o submisso está puxando a cadeira para que Domme Cristina sente todas em sinal de reverência e depois que ela senta todos se sentam, na minha cabeça duas palavras, insolente e preguiçosa, nunca fui preguiçosa, insolente essa me dói, estou aqui por ter sido insolente com meu Dono, fui insolente ontem ao me roçar nas pernas de outro homem? Faço a reverência, começo a dispor ordenadamente as bandejas, cesta de pães, o café, leite e suco, Domme Cristina me aponta a cadeira vaga, vou sentar nela então a submissa que entrou em meu quarto diz.

          - Tenho permissão para falar Senhora?

          Todos se voltam para ela, Domme Cristina faz uma menção com a cabeça em sinal de concordância, percebo que desde que estou aqui não ouvi sua voz, a vi conversando com as visitas, com seus submissos, mas nunca ouvi sua voz ou a vi falando com as outras submissas. Então ela começa a falar.

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