Minha penúltima noite na casa durmo embalada pelas emoções sentidas com Lua, as imagens de meu Dono, sonho com minha festa de despedida, sonho em sair com minha coleira e guiada por meu Dono como sua cadela, uma palavra que sempre foi sinal de ofensa e humilhação quando dirigida a uma mulher, mas ouvir isso de meu Dono e apenas dele me soa como elogio, carinho cuidado, sou a cadela dele, quero ser. Mas não é um sono tranquilo só de sonhos, os pesadelos também me atormentaram me lembro de minha chegada nessa casa, suja, descalça, rasgada, sem coleira, no pesadelo me via saindo daqui assim, vi Lua sendo arrastada pelo Senhor adestrador, implorando para ficar com sua Dona que a repudia, tentei defendê-la, fui impedida, castigada. Via-me na festa e não via meu Dono, procurava a caixa de minha coleira e não a encontrava.
Com todas essas lembranças fui para o café da manhã, eram apenas eu Lua e Lina, Lisa já não estava mais na casa nem a vimos sair ou nos despedimos dela. Teríamos pela manhã orientações sobre etiqueta, como nos portar nos mais diversos ambientes. Lina serviu a todos, uma menina esperta, que sabe cativar, vejo como Domme Cristina a observa, já a flagrei com um sorrisinho no rosto ao ver uma peraltagem dela como gatinha, é ela vai longe. Logo após o término do café e antes do início da atividade ficamos sabendo que a casa receberia novos integrantes e que eles chegariam mais tarde provavelmente logo após o almoço. Fiquei pensando quantas viriam, pois amanhã à noite só ficaria Lina na casa.
Foi uma manhã chata, uma mulher pedante veio nos dar a aula de etiqueta, o gostoso foi a troca de roupas que vestidos belos, mas o restante foi bem cansativo, por algumas vezes Lina foi chamada a atenção, até que passou a se comportar melhor e Lua passou o tempo todo cabisbaixa, era nítido que não havia dormido nada, suas olheiras estavam muito evidentes, foi até motivo de comentário da professora, terminada nossa manhã pudemos ir cuidar de nossas coisas, Lua foi para seu quarto e fechou a porta, bati, ela disse que preferia ficar só, insisti, acabei entrando, encontrei-a sentada na cama esfregando as mãos, sentei ao seu lado a abracei.
- Não fica assim, tudo vai dar certo.
- E se nada der certo? Não é você que sabe que vai ser negociada.
Suas palavras foram ríspidas bem como seu tom de voz, esperei.
- Confie em mim sei que vai dar certo.
Ficamos conversando banalidades, tentava que ela desanuviasse um pouco, conversamos sobre nosso mundo baunilha, contei a ela que estava em férias, ela me disse que morava sozinha, que estava pensando, que se nada desse certo, em ir embora para a sua cidade no interior, voltar a morar na roça com os pais.
Somos então chamadas para o salão, nos arrumamos em nossos saiotes e correias, nem me lembro mais como é usar um sutiã, calcinha já estava acostumada a andar sem, pois Dono gosta assim, me quer sempre sem na sua presença, então foi uma peça que acabei deixando de lado, como poderia cruzar com ele na rua ou receber uma mensagem dele usando o que ele não gosta, e o fato de estar sem sempre me fazia pensar nele chegando sem que eu percebesse, enfiando sua mão por entre minhas pernas e vendo que nada o impediria de fazer o que desejasse ali, me molhei ao me lembrar desses pensamentos. Ficamos as três esperando que as novas chegassem, mas todas tivemos uma surpresa, todas esperávamos mais duas meninas, mas não foi o que aconteceu eram três e não todas elas meninas, mas sim dois homens, jovens, certamente mais jovens do que eu e mais velhos que Lina e a mulher bem mais velha do que nós todas, parecia ter já seus cinquenta e poucos anos.
Como de outras vezes o mesmo ritual foi seguido, como ambos chegaram ao mesmo tempo Domme Cristina disse que por um sorteio ficaria determinada a hierarquia, ela então retirou de um saco o nome da Lua e logo em seguida de outro saco o nome de Gi, ficamos sabendo que a recém chegada assim se chamava, depois Lina que teve um dos submissos e o outro coube a mim. Então o que saiu junto com Lina passou a ser o mais baixo, depois o que saiu com meu nome e Gi a mais velha acima deles e abaixo de Lina, agora cada uma de nós se incumbiria de cada um para passar as orientações e normas da casa, fizemos as mudanças de quartos, Lua foi para o maior de todos, ela era a maior na hierarquia, e assim sucessivamente, fizemos todas as orientações, entreguei ao jovem que a mim coube orientar suas vestes, um pequeno tapa sexo, sua bunda totalmente nua, percebi que ele não tirava os olhos de meus seios nus, avisei-o que não o fizesse mais isso, pois estaria sujeito a ser castigado, ele se desculpou e me disse que estava olhando porque meus seios lembravam os da Dona dele.
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A Coleira
Short StoryA historia de uma mulher submissa que se descuida de uma de suas coleiras, toda a sua luta em busca de manter a sua coleira física, manter a sua relação de Dominação/submissão com o seu Dono. Será ela capaz de superar tudo? Conseguirá ela manter ess...