Como ordenado pelo meu Dono quando eu entrei no carro eu retirei a minha coleira e a guardei na caixa que estava em meu colo, vi que a motorista, sim uma mulher, dessa vez era uma mulher dirigindo, olhou pelo retrovisor, mas não fez nenhuma expressão de espanto ou qualquer outra coisa ao me ver tirar a minha coleira, depois pensei que ela já deveria estar acostumada a isso, afinal ela viu a san com os seios nus e vestida apenas com o pequeno saiote e as correias ir abrir a porta do carro, e ela deve tê-la visto voltar para casa e como eu ela certamente viu as marcas nas coxas daquela menina.
Durante todo o trajeto eu tentava fazer contato com a Lua, mas nada dela atender ou me responder então vejo a mensagem no celular que eu só tinha 15% de bateria, o pavor tomou conta de mim, e se eu fico sem bateria, eu não trouxe a reserva, e se estou sem bateria e Dono me liga ou manda mensagem, lá estava eu novamente pensando em como tudo começou.
Felizmente eu cheguei em casa com o celular ainda com bateria, mas infelizmente sem resposta de Lua e muito menos mensagem e ligação do Dono. E é claro que de imediato eu mandei mensagem para ele.
"Olá meu Dono, já estou em casa e estou preocupada com o Dono, preocupada por não estar conseguindo falar com o Dono".
Claro que eu não quis demonstrar que estava preocupada era com a questão do bilhete daquela frase "Você acha que sua provação acabou? Ainda tem mais 15 dias de férias".
E o pior de tudo é que uma coisa não sai de minha cabeça, e essa coisa tem nome e se chama Lua. Não entendo ela não me responder, não entendo ela não atender as minhas ligações, eu até consigo entender o meu Dono não me responder ou me atender, pois afinal ele deixou bilhete falando de nova provação e esse silêncio dele pode fazer parte disso. Mas agora que eu comecei a pensar nisso a ter esse raciocínio ficou mais claro para mim que o silêncio dela também é parte de minha provação.
E de imediato uma cena me veio à minha mente, e não foi uma cena nada agradável para mim. Lua veio e levou a caixa com a minha coleira, eu não sei de que modo, quando e como ela entrou aqui, mas só sei que ela levou a minha coleira e depois eu me via em uma masmorra, estava praticamente pendurada por estar presa pelos pulsos a grilhões que eram unidos a grossas e enferrujadas correntes. Por conta disso tudo eu só consegui ficar na ponta dos pés.
Mas isso não era o pior de tudo, eu tinha em minha boca uma fina corda que vinha de duas roldanas também presas ao teto e na outra ponta dessa corda estava a minha coleira exatamente sobre uma pira com fogo, estava claro que se eu soltasse a corda minha coleira estaria irremediavelmente perdida. E com isso eu não podia me mover e muito menos tentar dizer algo ou gritar.
Claro que eu não poderia gritar, dizer que não para o meu Dono, que na minha cena tinha a Lua ajoelhada e acabava de ser encoleirada por ele e o pior de tudo era ver os dois interagindo, ver como meu Dono e olhando para mim demonstrava todo o prazer que ele estava tendo com o que Lua estava proporcionando a ele, eu balançava negativamente a minha cabeça, queria demostrar o meu descontentamento, que não aceitava o que estava acontecendo, mas logo parava de balançar a minha cabeça pois via como a minha coleira balançava perigosamente sobre aquela pira em chamas. Eu queria gritar que não, mas sabia que não poderia se o fizesse a minha coleira cairia no fogo e seria consumida por ele, e eu não conseguia fechar os meus olhos para não ver tudo o que estava acontecendo, o prazer estampado no rosto de Lua o seu sorriso ao olhar para mim enquanto se oferecia e era usada pelo meu Dono, e o pior era ver o prazer dele, como todo o corpo dele reagia ao oferecimento daquela sem vergonha, daquela despudorada que um dia se fez de amiga e confidente.
Tentei fugir de todas as formas desses pensamentos, mas estava sendo impossível, e mais um componente me veio à mente e para complicar tudo ainda mais, se Lua está se entregando como submissa ao meu Dono eu passo a entender que tudo o que aconteceu em casa de Domme Cristina foi um embuste, tudo minuciosamente planejado para esse momento, Lua nunca teve uma Domme, Lua mentiu ao dizer que não queria relação com homens, foi uma farsa toda aquela historia de não querer ser negociada para o Senhor Adestrador. Cada vez mais vou me enfronhando em pensamentos que me levam cada vez mais para um buraco negro e profundo. Assim que pensei que pudesse ser uma farsa tudo o que Lua demonstrou eu passo a imaginar que ela já era parte de minha provação, que o Dono já a conhecia, que ela entrou naquela casa um pouco antes de mim, que Domme Cristina certamente já sabia de tudo, o castigo de Lua logo que eu cheguei e por tentar me alertar, mais uma farsa para que eu tivesse uma ligação com ela, toda aquela sedução de Lua para comigo, me fazer envolver-me com ela tanto física tanto psicológica.
Não, eu não posso imaginar que isso seja verdade. Então Dono já tinha um envolvimento com a Lua, será que ela já era uma submissa dele? Será que ele fez tudo isso para que eu aceitasse ela? Não, não posso acreditar nisso, de forma alguma pode ser isso, nunca pensei que meu Dono pudesse ser tão maquiavélico para enredar uma trama dessas, só para trazer outra submissa para a nossa relação, e o pior é que eu me deixei envolver pela Lua, descobri coisas com ela que eu não imaginava e eu a desejei e tive prazeres com ela, tanto naquela casa quanto fora dela.
E foi com essa total confusão de pensamentos e com várias e várias tentativas, infrutíferas de fazer contado com ele ou com ela, que eu passei todo o meu dia até parecia que não era dia, pois estava tudo escuro em meu apartamento, eu não havia aberto as janelas e muito menos as cortinas, parecia que era noite e que eu estava tendo horríveis pesadelos, mas na verdade eu estava era tendo pesadelos acordada, eu estava tendo um dia infernal, não sei se eu poderia usar o dito popular de um dia de cão ou no meu caso seria melhor dizer um dia de cadela?
As horas não passavam, os ponteiros dos relógios moviam-se com uma pachorra indescritível, eu não tinha fome, eu não tinha sede, estava caindo em uma imensa prostração e eu sabia que dependeria apenas de mim não me afundar ainda mais naquele buraco negro, eu precisava parar de imaginar coisas que ainda não haviam acontecido, lembrei de meu Dono dizendo que quando se fica imaginando coisas antes de se saber a realidade ou sofrendo com antecedência se sofre por duas vezes, antes de acontecer e no momento em que acontece e se não acontecer sofreu por nada.
Mas como me está sendo difícil não sofrer com antecedência, tudo parece tão claro, o silêncio deles demonstra isso e pior do que isso, será que demonstra que estão juntos e em sessão agora? Não Elvira, não pense nisso, pense no que conversou com o seu Dono, no que negociou com ele durante todos os meses de conversas até o dia em que foi encoleirada, Elvira, nesse momento você só tem que focar em uma única coisa se confias ou não em seu Dono.
E o que posso chamar de um dia de cadela, um dia tempestuoso ao extremo após um dia de emoções e prazeres indescritíveis pode estar terminando ou pior ainda iniciando quando eu ouço o barulho de mensagem em meu celular.
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A Coleira
Short StoryA historia de uma mulher submissa que se descuida de uma de suas coleiras, toda a sua luta em busca de manter a sua coleira física, manter a sua relação de Dominação/submissão com o seu Dono. Será ela capaz de superar tudo? Conseguirá ela manter ess...