Capítulo 23 Determinações.

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          Custei a me recuperar, mas na terceira vez que ele me perguntou eu respondi que sim, que ela poderia subir. Meu coração estava aos pulos, se eu fosse aferir a minha pressão certamente que que ela estaria alta, na minha cabeça estava claro que Luana seria Lua. Fiquei na porta esperando que a pessoa chegasse, não esperei que ela tocasse a campainha, foi ouvir o barulho da porta do elevador  e girei a chave e a maçaneta, não conseguiria esperar e assim que a porta se abriu eu vi a figura da Lua.

         - Lua, é você mesma?

          - Boa noite Elvira. 

          Era a Lua, mas ela nem olhava para mim, ela apenas estendeu a sua mão para mim e nela um bilhete, nada mais do que um mero bilhete.

           "Elvira Pena, entregue à portadora desse a sua coleira e siga-a da forma como estiveres agora. Sabes perfeitamente que podes não segui-la e se essa for a sua opção, basta entregar a caixa com a sua coleira e a deixar ir embora. A decisão é sua".

          Eu li o bilhete e olhei para a Lua, que continuava a não olhar em meus olhos.

          - O que está acontecendo Lua? O que é isso?

          Ela continuou olhando para baixo e sem me responder. Ela apenas me estendeu as mãos esperando que eu lhe entregasse a caixa com a minha coleira, eu fiquei sem saber sem fazer sem saber o que dizer.

          - Lua, o que está acontecendo?

          Nada de resposta dela apenas o seu silêncio e as suas mãos estendidas, eu não conseguia perceber as reações dela, Lua vestia-se de uma forma que eu nunca vi, na verdade eu a via vestida com o saiote e as correias na casa de Domme Cristina e depois a vi vestida em casa, mas com roupa de casa e acabei passando a noite com ela nua, e a última imagem que eu tinha dela era na despedida após a minha cerimônia das rosas.

          - Por favor Elvira, por favor, basta fazer o que esse bilhete lhe diz para fazer.

          - Mas para onde vou? O que vou fazer? O que vai acontecer?

          - Por favor Elvira, por favor, basta fazer o que esse bilhete lhe diz para fazer. Não dificulte mais as coisas.

         - Mas Lua...

         - Elvira, se não quiser continuar basta me entregar a sua coleira e fechar a porta.

          - Como assim Lua, isso não pode estar acontecendo, depois de tudo o que nós vivenciamos, por favor Lua me diga o que está acontecendo.

          - Eu não tenho nada a lhe dizer a não ser o que me foi passado nesse bilhete. Por favor Elvira não dificulte as coisas.

          Fiquei sem saber o que fazer, olhava para ela, queria implorar para que ela me dissesse algo, não podia entender como uma pessoa que havia tido um relacionamento tão íntimo comigo, que tivesse dormido comigo, ou melhor tivesse feito amor comigo, que tivesse gozado comigo e me feito gozar poderia estar se prestando a esse papel e sem o menor constrangimento.

          Certa de que eu não conseguiria tirar mais nada dela naquele momento eu preferi ir até o meu quarto e pegar a caixa com a minha coleira, e durante todo o tempo em que eu levei do meu quarto até chegar na porta de entrada do meu apartamento eu me dizia que não precisava passar por mais nada. Que bastava eu entregar aquela caixa e fechar a porta e dar as costas, de uma vez por tudo para aquela loucura que eu estava vivenciando. 

          Eu tremia, era visível o quanto as minhas mãos tremiam ao estendê-las para a Lua para entregar-lhe aquela caixa que guardava o que tanto representava para mim, algo pelo que eu tanto havia lutado, pelo qual eu havia passado por uma provação. E naquele momento eu tomei a decisão de não abandonar a minha coleira, eu iria em frente, eu iria pelo menos descobrir o que estava acontecendo.

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