07. Misericórdia

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Draco tropeçou, braços o pegaram antes que ele pudesse cair.

Potter ainda estava sob a estúpida capa da invisibilidade. Theo estava na frente dele, e a única pessoa que poderia tê-lo pegado era o idiota escondido nas sombras. Draco quis se afastar das mãos de Potter assim que o sentiu, enojado, mas o toque se foi tão rápido quanto veio. Talvez nem tivesse sido acidental.

Um reflexo.

Ele salva qualquer um que precise de ajuda, mesmo que seja um Malfoy.

- Devemos entrar, - disse Theo, pegando-o pelo braço.

Draco se deixou guiar enquanto sua mente voltava para Gregory. Ele não tentou falar com ele, depois do que aconteceu? Ele não tinha enviado uma carta a Draco, oferecendo suas condolências? Draco prestou pouca atenção a qualquer um deles, mas ele sabia que eles estavam lá. Como sempre foram.

Mas a própria ideia, a própria possibilidade de que Goyle pudesse estar envolvido - era... implausível. Era um absurdo.

- Não, - ele disse, notando como ele parou no meio do labirinto que levava à mansão.

Ele sentiu os olhares dos homens sobre ele, mas seus olhos cinzentos estavam fixos na grama; a dor nas têmporas começava a aumentar.

Goyle.

Gregório Goyle.

Como? Como? Ele deve ter ouvido mal. Ele deve ter. Era impossível.

Crabbe e Goyle eram estúpidos. Não foi nem uma observação cruel, foi um fato. Draco foi claro sobre isso, e ele os aceitou dessa forma. Ele aceitou a amizade deles desde o primeiro dia, e ele teve que assistir enquanto eles passavam o ano letivo graças ao favor de Snape. Depois da guerra, Gregory não tinha feito muito. O Sr. Goyle o colocou no comando de alguns negócios aos olhos do público, mas ele mesmo cuidou disso pelas costas. Não fazia sentido para o Lorde das Trevas confiar na habilidade de Gregory quando nem mesmo seu próprio pai confiava.

E por quê?

Por que a mãe dele?

- Draco... - Theo avançou em direção a ele, mas Draco recuou.

- Não, deve haver algum engano, - ele repetiu, balançando a cabeça. - Gregory nem sabe escrever seu nome direito.

Outra vez, e Theo teria rido. Draco estava prestes a fazer isso, pelo ridículo de toda a situação, mas não o fez. Talvez ele estivesse prestes a perder a cabeça.

- Malfoy- - Potter tentou dizer, finalmente tirando sua capa estúpida. Draco o parou.

- Cala a boca, Potter. Os adultos estão conversando.

Ele revirou os olhos. - Foda-se.

Draco tinha muitas respostas para essa frase, mas tudo o que ele fez foi ignorá-la, sua mente disparando. A essa altura, ele não sabia se não queria acreditar na verdade óbvia - que Goyle estava ali sendo parcialmente responsável pelo que havia acontecido - ou se realmente não achava que era capaz disso. Draco não sabia de nada.

Ele estava ficando mais convencido disso a cada dia.

- Draco, é ele. - Theo pegou seu braço novamente, fazendo-o olhar para ele. - Ele era um dos guardas.

Gregory tinha dinheiro e status. Gregory não precisava trabalhar em uma prisão, muito menos em uma como Azkaban. Que motivo ele teria? O que ele estava fazendo lá?

- Por quê?

Theo suspirou, abrindo a boca para responder à pergunta. - Não sabemos-

- Se você parasse de chorar como um idiota por dois segundos, - Potter o interrompeu, - nós poderíamos descobrir.

Desolation | Drarry Onde histórias criam vida. Descubra agora