21. Não Morra Também

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Draco praticamente correu atrás de Potter e o encontrou no jardim, caminhando na direção do labirinto. Seus punhos estavam cerrados com força em torno de sua varinha, cada linha de seu corpo tensa, suas veias se destacando como se ele fosse explodir a qualquer momento. Seus passos foram determinados enquanto ele se dirigia para a saída.

Depois de tentar entender um pouco como seu cérebro funcionava, Draco já conseguia imaginar o que ele estava pensando. O que Potter queria fazer e o que acabaria arriscando.

Ele não podia permitir isso.

— Potter, você não pode.

Mas Potter não prestou atenção nele, seu olhar estava voltado para frente, sua intenção era claramente sair dali. Draco quase podia ver as engrenagens em seu cérebro formando um plano estúpido e arriscado para chegar ao Ministério.

Rangendo os dentes, Draco acelerou o passo e envolveu os dedos no pulso de Potter, fazendo-o se virar, olhando para ele com olhos arregalados e selvagens.

— Potter, você não...

— Você não ouviu?! — Ele interrompeu completamente agitado.

Draco suprimiu a vontade de arrastá-lo de volta para a mansão à força ou de gritar com ele. Era insuportável quando ele ficava assim, e Draco não tinha motivos para aguentar isso.

Mas ele conhecia Potter e sabia que responder-lhe hostilmente não ajudaria.

— Eu ouvi perfeitamente, mas você não pode, — Draco passou a outra mão pelo rosto. — Você não pode se entregar, pelo amor de Merlin.

— Quem disse que eu iria me entregar?

— Mas você vai fazer algo igualmente estúpido.

— Não posso fazer nada.

Draco apertou ainda mais seu pulso, começando a ficar com raiva. — Potter, não é culpa sua, — ele cuspiu bruscamente. — Não é culpa sua, ou da Ordem, ou de qualquer outra pessoa. É culpa dele, ele está decidindo isso. É culpa dele. Deixe isso bem claro.

Mas o homem não parecia inclinado a ouvir a razão.

— Você ouviu o que ele disse? Se eu não me entregar, ele vai matá-los! — Potter tentou se libertar. Draco podia ver a preocupação rastejando nas feições raivosas. — Como posso olhar na cara deles se não estou disposto a...?

— Seus aliados e as pessoas que acreditam em você serão caçados e mortos para sempre, — Draco o interrompeu. — Isso é manipulação, e você é inteligente o suficiente para perceber isso.

Mas-

Draco soltou um ruído frustrado e colocou as mãos em seus ombros, sacudindo-o levemente. Eles estavam de frente um para o outro, a centímetros de distância.

Potter piscou sem esperar por isso.

— Você culparia Granger se a situação fosse diferente, hein? Você culparia Weasley?

Ele precisava fazê-lo compreender, precisava fazê-lo ver a razão. Draco sabia que se Potter realmente tivesse algo em mente, não havia ninguém naquela base - ninguém no mundo que pudesse detê-lo. Potter balbuciou, ainda olhando para ele, e foi só então que Draco pôde ver que sob toda aquela raiva e impulsividade, sob toda aquela preocupação e culpa, havia algo mais.

Medo.

Não do que aconteceria com ele, não de Voldemort, não de Draco; medo do que aconteceria se ele não agisse. A revelação foi como um chute no estômago, mas Draco tentou manter a compostura e lembrou, assim como os monstros podiam chorar, eles também podiam ter medo.

Desolation | Drarry Onde histórias criam vida. Descubra agora