34. Ela se Foi

137 19 22
                                    

Draco passou para o mundo trouxa com Astoria sob a capa de invisibilidade de Potter.

Na primeira parte da tarde, eles passaram procurando pelos dois sinais de magia que tinham sido dados em Londres, e esperando para serem ouvidos. Astoria explicou que se os pais de um bruxo se recusassem a fazer qualquer coisa sobre as opções dadas a eles, — fugir, na maioria das vezes —, ela não tinha escolha a não ser Obliviar eles. Eles então enviariam um sinal ao Ministério através do relógio deles que eles tinham "encontrado um sangue-ruim" e esperariam que seus companheiros viessem procurá-los. Ela não podia forçar ninguém a ouvi-la, infelizmente, embora ela tivesse tentado mais de uma vez. Tudo o que restava, em tais casos, era rezar para que o garoto passasse no teste de aptidão mágica, e tivesse permissão para viver em uma das residências de nascidos trouxas até que ele entrasse em Hogwarts.

Qualquer coisa, desde que ele não fosse transformado em um Servi.

Na primeira casa que foi localizada, os pais se recusaram a agir, então a garota que mostrava sinais de ser uma bruxa já havia sido levada de volta ao mundo mágico. Astoria e Draco correram para a próxima casa antes que outro de seus companheiros o fizesse. Ela agarrou o braço dele, verificando seu relógio para o local dado, e sem hesitação aparatou os dois para outra área.

Enquanto Draco olhava ao redor, ainda sob a capa, ele percebeu que estava em um dos distritos mais luxuosos que já tinha visto na vida. Ao longe, ele podia ler uma placa com o nome Knightsbridge, embora não fosse possível distinguir muito mais. A área era silenciosa; havia carros trouxas estacionados ao redor da rua estreita e, na frente deles, uma grande mansão se erguia. Era menor que a Mansão Malfoy e a Mansão McGonagall, e parecia infinitamente mais acolhedora; mas, além dessas diferenças óbvias, o que mais impressionou Draco sobre a visão foi o quão diferente ela parecia de seu mundo. O sol estava se pondo à distância, e ele pensou ter ouvido o som de pessoas rindo também. Essas eram coisas que não eram mais apreciadas no mundo mágico. O sol nunca saía, não realmente, e andar por uma rua era tão silencioso quanto andar por um cemitério.

Astoria subiu a pequena escada da casa, descuidada de tais detalhes, e pegou a velha aldrava de ferro da porta, que tinha um entalhe de um urso. Draco ouviu o metal pesado cair contra a madeira. Então uma voz veio do lado da porta.

— Boa tarde, como posso ajudar?

Draco não tinha ideia de onde o som estava vindo, mas ele manteve os olhos fixos à frente, só por precaução. Astoria, claramente mais experiente, deu um passo na direção de onde a voz havia falado. Draco observou pelo canto do olho enquanto ela apertava um botão em um pequeno dispositivo cinza na parede ao lado da porta.

— Boa tarde, meu nome é Astoria Greengrass. Gostaria de falar com a Sra. Tabitha Walker, por favor. — Ela levantou um distintivo que Draco tinha certeza de que estava enfeitiçado para mostrar algo que não era, e o segurou em direção ao dispositivo. — Estamos aqui em nome do governo. Garanto que ninguém está em apuros.

Astoria parou de apertar o botão e voltou para o lado dele, usando aquele sorriso charmoso que ela quase sempre tinha no rosto. Mais uma vez, porém, Draco não pôde deixar de ver a tristeza que abundava nela.

Quando a porta se abriu, Draco arqueou os ombros e olhou para a mulher que os espiava por trás da soleira. Ela devia ter uns cem anos — embora trouxas envelheçam diferente, não é mesmo? — e ela parecia cautelosa enquanto os observava. Seus olhos detalhavam a cicatriz que lentamente cruzava seu rosto, e quando seus olhares se encontraram, ele pensou tê-la visto recuar, assustada. Não era a primeira vez que alguém reagia assim.

No entanto, quando notou Astoria, ela pareceu se acalmar e dizer a si mesma que uma jovem tão adorável não poderia fazer mal a eles, mesmo que ele a acompanhasse.

Desolation | Drarry Onde histórias criam vida. Descubra agora