"O herói não aspira à felicidade, mas ao cumprimento da sua missão"
Ato II
Draco desviou o olhar assim que a viu.
Uma onda de emoções subiu em seu peito e se instalou ali, enquanto ele ouvia o Lorde das Trevas abrir a cela para permitir que eles entrassem para interrogá-la. McGonagall nem estava tentando lutar. Afinal, a cela — ou melhor, as correntes — inibia sua magia, impedindo-a de se transformar em animago ou de realizar magia não-verbal.
Draco não via essa mulher há mais de oito anos. Durante as lutas, os membros da Ordem geralmente não perdiam ou tiravam as máscaras, então ele havia esquecido o formato do rosto dela, seu tamanho e o poder que ela detinha. Draco tinha esquecido o quanto ele sempre não gostou dela.
Foi a primeira vez que ele foi confrontado assim com uma parte de seu passado. Um passado muito distante para ele. Pertencente a outra pessoa.
— Boa tarde, professora, — disse ele, reunindo coragem para olhá-la novamente no rosto.
O olho bom de McGonagall piscou, indiferente.
— Draco Malfoy.
O Lorde das Trevas a circulou e então se sentou ao lado de Draco, observando sua presa com prazer. Draco o imitou, embora sua mente estivesse focada no que sentia. Ele queria fazer isso? Uma parte dele, que ele acabara de descobrir, guardava rancor, sim, sim, ele guardava. Mas foi suficiente querer fazê-la pagar? Draco não gostava de tortura, para ser honesto. Ele fazia o que tinha que fazer quando lhe pediam e, na maioria das vezes, não produzia nada para ele.
No momento, ele não tinha certeza do que sentir.
— Precisa de Veritaserum, meu Senhor? — Draco perguntou, sem tirar os olhos dele.
— Eles já deram a ela.
Draco então notou as linhas trêmulas do corpo dela amarradas nas extremidades da parede. Ele notou seus lábios azuis e como ela estava pálida e sem vida; seu rosto não demonstrava emoção. McGonagall sofreu uma overdose de Veritaserum e, mesmo antes do interrogatório começar, ela já estava com dor. Seu rosto estava inchado por causa do golpe e inexpressivo por causa da poção. Fazia sentido agora que ele não estivesse olhando para ele com nenhum gesto específico.
Draco curvou-se diante do Senhor. — O que você gostaria de saber?
Ele gesticulou, observando o ambiente. — Eu quero saber tudo. Eu quero fazê-los pagar.
Draco acenou com a cabeça como o servo leal que era, apontando sua varinha para McGonagall.
— Onde está Potter?
McGonagall resistiu, fazendo apenas uma pequena careta. Draco se lembrou de Hannah então, meses atrás, e de seu domínio habilidoso de Veritaserum e resistência à tortura. Embora essa memória estivesse turva na mente de Draco, ele sabia que eles haviam concluído que Abbott era uma traidora. Provavelmente foi um treinamento entre esses parasitas.
— Onde fica o seu esconderijo?
Nada.
Draco olhou de soslaio para o Lorde das Trevas. Ele repetiu a pergunta, mas McGonagall não respondeu a ninguém.
O Senhor balançou a cabeça, como se estivesse desapontado com ela.
— Você não vai falar? — Ele perguntou, sua voz condescendente.
McGonagall franziu os lábios. Draco achava que ela era estúpida. Qualquer pessoa sã teria dito tudo o que sabia até agora. Ou pelo menos... qualquer pessoa que soubesse quem ele era e o que poderia fazer com ela.
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Desolation | Drarry
FanfictionHarry Potter estava morto. A guerra acabou. Todo o Mundo Mágico estava finalmente sob o regime de Voldemort. E Draco Malfoy fazia parte do círculo mais íntimo do Lorde das Trevas. Oito anos após a Batalha de Hogwarts, e com a aparição repentina de H...