30. Nada é Justo

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Quando Draco chegou à Mansão Malfoy, Theo o forçou a ficar acordado.

Ele ordenou que um dos elfos os levasse até seu laboratório e juntos eles se sentaram lá enquanto seu amigo explicava o que tinha acontecido. Draco empalidecia a cada segundo que falava, levando uma mão para baixo de suas vestes até seu torso. Sentindo as ataduras encharcadas de sangue. Theo disse a ele que ele iria se certificar de trocá-las, mas que ele não podia mais descansar, que ele tinha que encontrar uma maneira de parar o sangramento ou fazer os cortes fecharem, ou talvez o Lorde das Trevas acabaria matando-o no final.

Draco só conseguiu assentir. Ele estava tremendo. Podia sentir a magia vindo de seus ferimentos.

Inspire.

Expire.

Doeu - doeu pra caramba. A cada movimento, Draco sentia como se lâminas estivessem cravando ali. A ferida reabriria periodicamente após expelir o máximo de sangue possível. Ou pelo menos, o que parecia ser o máximo de sangue possível. Depois disso, o procedimento se repetia. Cada vez que acontecia, era como se uma faca o estivesse cortando novamente. Como se estivesse alcançando sua carne e torcendo a lâmina.

Draco descansou as mãos em cima das bandagens. Ele sabia que quem estava encarregado de cavar os cortes em sua pele era ninguém menos que Maia. Por outro lado, quem estava encarregado de mantê-los abertos, de regenerar seu sangue, era Voldemort.

E diante dessa revelação, Draco não só tremeu de decadência, mas também de raiva.

A magia que o Lorde das Trevas havia ocupado não tinha nada a ver com nenhuma das magias que Draco havia criado para ele ao longo dos anos, era um tipo de magia negra que ele não ousara tocar. Mas, tentando pensar com a cabeça fria, ele reconheceu que algumas das propriedades usadas eram familiares para ele. A regeneração do sangue, por exemplo, ele havia usado para uma magia que regenerava os membros de suas vítimas para que pudessem ser cortados de novo e de novo. O que ele não sabia muito bem como neutralizar, não enquanto sua cabeça estava nublada pela dor, era como fechar as feridas.

Inspire.

Expire.

Assim que Draco terminou de escrever os princípios da magia em um pedaço de papel, trêmulo, e pensou em ingredientes que o ajudariam - ou algum tipo de contra-maldição - Theo correu até ele. Ele deveria remover a gaze encharcada. Ele convocou bandagens do mesmo laboratório e, sem lhe oferecer um olhar de pena ou simpatia, substituiu as antigas que já estavam escorrendo sangue.

Draco se sentiu tão fraco naquele instante que, quando recuperou a consciência, foi graças a Theo segurando uma varinha sobre seus olhos. Ele o havia acordado com um feitiço. Ele nem percebeu quando desmaiou.

— Não durma.

Obrigado, não tinha pensado nisso antes.

Draco balançou a cabeça, e por mais vinte minutos se concentrou em planejar qual procedimento realizaria. Finalmente, decidiu que, a essa altura, a coisa mais simples a fazer era fazer uma poção que ajudasse a estancar o sangramento; quase como se agisse como uma loção curativa. Pelo menos Theo poderia ajudá-lo a fazê-la, cortando ou triturando ingredientes. Se tivesse decidido fazer uma contramaldição, seria completamente inútil. Ele não teria o conhecimento.

Com grande dificuldade, ele se levantou do assento e foi até as prateleiras enquanto reunia o que precisava: caudas de lagarto, estrelas do mar, asfódelo, limo de caracol, sangue de dragão e cerca de cinco outros ingredientes para fazer uma poção que, se fosse eficaz o suficiente, acabaria com o sofrimento pelo qual ele estava passando.

Desolation | Drarry Onde histórias criam vida. Descubra agora