13. Algumas Consequências

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Harry se mexeu, sentindo a dor subir e descer em suas costas ao mesmo tempo. Cada músculo gemeu e ele se sentiu muito cansado. Onde ele estava? O que tinha acontecido?

— Não se mova.

A voz parecia muito próxima.

Muito familiar.

Harry parou seus movimentos imediatamente.

Ele piscou algumas vezes para se ajustar à luz, notando que estava em um dos quartos do primeiro andar. Deitado em uma cama no meio do lugar, de bruços e sem óculos.

E Malfoy estava com ele.

Harry lentamente virou a cabeça de onde vinha o som de sua voz, apenas para encontrá-lo sentado a alguns passos da cama, uma perna sobre a outra; vestes negras caindo pelo seu corpo. Ele estava vestindo as mesmas roupas da última vez que Harry se lembrava de tê-lo visto, e ele supôs que não fazia muito tempo desde que ele ficou inconsciente. Malfoy estendeu a mão para o móvel ao lado dele e se abaixou para poder colocar os óculos de Harry na cama, ao lado de sua cabeça. Harry os colocou, sentindo dor toda vez que fazia qualquer tipo de movimento.

— O que aconteceu? — Ele perguntou confuso, com a garganta seca.

Malfoy voltou à sua posição original, parecendo tão distante como sempre.

— Você está aqui porque é estúpido.

Harry nem se preocupou em se ofender. Ele simplesmente continuou a encará-lo, o pescoço virado para a direita e uma das mãos servindo de travesseiro. Malfoy suspirou.

— Durante o ataque, você foi atingido nas costas por um Homo Lapis, — explicou ele, fazendo Harry estender a mão para sentir sua pele, recebendo uma machadada de dor.

Harry abaixou o braço, tentando regular a respiração. Como ele foi amaldiçoado por isso e nem percebeu? Até que ponto isso o afetou?

— Você está bem agora. Surpreendentemente, o uísque de fogo que você bebeu ontem ajudou a desacelerar seu metabolismo, então a maldição não poderia se espalhar e transformá-lo completamente em pedra, — Malfoy continuou com uma voz monótona. Não passou despercebido a Harry que ele disse 'você bebeu', não 'nós bebemos', mas ele não disse nada. — Além disso, sua magia estava ajudando a atrasar o feitiço. Diga-me, Potter, como você é capaz de fazer isso?

Harry fechou os olhos, entendendo por que estava se sentindo tão mal. Afinal, ele já deteve o recorde de não dormir quatro noites seguidas. Agora ele entendia o motivo de seu desconforto físico e desmaio. Respirando fundo, ele se amaldiçoou por ter ficado desprevenido durante o ataque e permitido que algo assim acontecesse com ele.

— O que você está fazendo aqui? — Harry perguntou assim que abriu os olhos. Malfoy apontou para suas costas, coberto pelas cobertas da cama.

— Eu inventei essa maldição.

Harry sentiu algo pesado em seu estômago.

Claro. Somente Malfoy seria capaz de fazer e criar os piores feitiços que o mundo mágico já viu.

— Madame Pomfrey me pediu para ajudá-la a controlá-la, — ele continuou com um leve encolher de ombros, alheio aos seus pensamentos. As sobrancelhas de Harry se uniram.

— Você sabe como parar isso?

— Eu conheço Alquimia e Aritmancia. Eu conheço os passos para criá-la. Ajudá-la a encontrar uma contra-maldição não foi tão difícil. Pelo menos não para esta.

Harry tentou assentir, mas sentiu todo o seu corpo gemer, então não o fez. Pelo menos o que eles conseguiram foi que poderiam encontrar uma maneira de reverter essa maldição no futuro.

Desolation | Drarry Onde histórias criam vida. Descubra agora