𝟮𝟯: Tudo era doce

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Vendo a forma que o Yeonjun rinha sua cabeça deitada no ombro do Taehyun, a forma que as vezes ele olhava pro mesmo com um sorriso no rosto, o Soobin só conseguia se perguntar porque ele estava fazendo isso, logo agora que tudo estava bem.

O que o Soobin não entendia, era que o Yeonjun não estava agindo com maldade alguma, não existiam segundas intenções, ele só estava muito grato pela forma que o Taehyun defendeu ele, por isso, seu carinho pelo Kang tinha aumentado.

Mas o Soobin era ciumento, talvez, um pouco possessivo, e saiu dali sem falar uma palavra, o que deixou o Yeonjun preocupado.

Então, o Yeonjun foi atrás do Soobin, já sentindo ansiedade, com medo do mais novo estar bravo com ele por algum motivo, mesmo não vendo motivos pra isso.

— Amor? — segurou o pulso do mais novo, quando o alcançou — O que foi?

— Não toca em mim — fez ele soltar seu pulso com força.

O Yeonjun ficou assustado com a reação, e confuso, seus olhos já estavam marejados, aquela situação era estranha, e seu coração doía.

— O que eu fiz agora? — segurava o choro.

— Eu não gosto de assistir meu namorado se jogando pra cima de outro cara igual uma vadia.

O mais velho ficou em choque com aquelas palavras vindas do Soobin, seu coração doeu como nunca, as lágrimas começaram a cair sem controle.

O Yeonjun quis morrer.

O Soobin proferiu aquelas palavras tão alto, que pessoas em volta olharam pra eles, algumas confusas, outras, com pena do Yeonjun.

— Eu não fiz nada... — desviou o olhar chorando — Não fala assim, isso dói...

— Foda-se, Yeonjun, eu não tô nem aí se tá doendo — empurrou ele — Você me machucou primeiro.

— O pior de tudo é que você tá mentindo, Soobin. Você me machucou tantas vezes, me machucou quando me tratava com carinho e depois fingia que a gente não tinha nada na frente do Beomgyu, quando disse que eu era fácil, quando defendeu o Beomgyu... — respirou fundo tentando controlar o choro — E eu nem citei o dia que o Taehyun perguntou se você tinha voltado a ter sentimentos pelo Beomgyu, e você não negou, e ainda descobri que você tinha voltado a ficar com ele.

— Se eu sou tão ruim, por que você tá comigo?

— Sinceramente, eu tô me perguntando a mesma coisa.

— Para de se fazer de vítima, sua vadia — empurrou ele com força, fazendo ele cair — Eu espero que você ache alguém que tenha coragem de te dar uma surra de verdade.

O Yeonjun tremia muito, encolhido no chão, só conseguia chorar, nunca imaginou que o Soobin seria capaz de tratar ele assim. Ou talvez, fosse ele que ignorasse os sinais que esse relacionamento não seria saudável.

Então, eles escutaram uma terceira vez, que o Yeonjun conhecia muito bem: Hueningkai.

— Para com isso, Soobin! — o Huening disse, empurrando o Soobin — Deixa ele em paz.

— Vai se intrometer nisso? Você é um idiota, fica indo atrás dele, sendo que sabe que ele sempre vai gostar de mim, e você não passa de uma segunda opção, que ele nunca vai dar um chance.

— As merdas que você fala não tem efeito nenhum em mim, mas tem no Yeonjun, porque, infelizmente, ele se apaixonou por um filho da puta igual você — respirou fundo — Essa é a última vez que você vai machucar ele.

Então, o Hueningkai se abaixou na altura do Yeonjun, abraçando ele, que só tremia e chorava, em choque com a situação.

Doía muito ser tratado daquela forma pelo Soobin, que sempre o tratava com carinho, com muito carinho.

As memórias machucavam, cortavam profundamente como facas, era inacreditável como uma relação tão carinhoso tinha se tornado o que se tornou, o Yeonjun não conseguia acreditar, só queria que fosse um pesadelo.

— Gatinho... — abraçou ele por trás — Você tá tão lindo.

— Para... — sorriu corando, fazendo o Soobin sorrir.

— Por que? — deu um beijo na bochecha dele — Você tá muito lindo hoje, gatinho — virou ele pra si.

— Só hoje? — fez bico, passando os braços em volta do pescoço dele.

— Não, poxa — selinho — Você sempre tá lindo.

Sorrindo, o Yeonjun desviou o olhar, com as bochechas coradas, não conseguia manter seu olhar fixo no do Soobin por muito tempo, e o mais alto achava isso fofo.

O Soobin passou a distribuir beijinhos pelo rosto dele, que corava cada vez mais, seu coração estava quentinho com todo o carinho que recebia, com o Soobin, era sempre desse jeito.

— Eu te amo, eu te amo... — falava enquanto distribuía beijinhos pelo rosto dele — Eu te amo muito.

— Muito mesmo? — olhou pra ele.

— Muito, muito mesmo.

— Eu também te amo — sorriu, antes de dar um selinho nele — Eu te amo demais.

— Meu gatinho... — abraçou ele — Só meu.

Lembrando disso, o Yeonjun começou a chorar ainda mais, tudo doía muito, ele queria morrer, queria que a dor parasse.

Com o passar dos minutos, tanto o Soobin como as outras pessoas foram embora, mas o Hueningkai ficou ali, abraçando o Yeonjun, e tentando acalmar ele.

— Eu quero ir embora, Kai... — chorava.

— Quer que eu te leve pra casa?

— Não... — sua voz falhou — Eu quero ir embora da minha vida, eu não aguento mais.

O Hueningkai sentiu seu coração doer, não conseguiu evitar, seus olhos marejaram, mas ele segurou, não queria parecer fraco, queria ser o apoio do Yeonjun, não demonstrar estar quase tão machucado quanto ele.

— Para com isso... — deu um beijo no topo da cabeça dele — O que você acha da gente ir pra casa, eu faço alguma coisa bem gostosa pra você comer, e a gente termina aquele dorama?

Então, finalmente, o Yeonjun olhou pro Hueningkai, e deixando um sorriso fraco aparecer no seu rosto, ele concordou com a cabeça.

O Hueningkai sorriu fraco, se sentindo aliviado. Ele queria cuidar do Yeonjun, queria que tudo que o Soobin fez se tornasse nada além de cicatrizes.

Ele faria o possível pro Yeonjun ser feliz de novo.

"Você era confortante e quietinho
Como o amor se tornou tão violento?
Tudo era tão doce, até você tentar me matar
Eu joguei você fora, eu não superei você
Eu apenas não te conhecia
E é tão aterrorizante como você me paralisa"

Um Segredo: Eu Te Amo [Yeonbin +18]Onde histórias criam vida. Descubra agora