𝟮𝟱: Sorvete

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O Soobin sabia que o Yeonjun tinha alguém, percebeu isso desde o dia que foi na casa dele e percebeu que ele tinha passado a noite com essa pessoa, só não tinha certeza de quem era ainda.

Quando viu a foto com o Hueningkai que o Choi mais velho postou, ele teve a resposta que queria: o Hueningkai era a tal pessoa.

O que o Soobin sentia pelo Yeonjun era difícil de explicar, era como um amor doentio, nada o irritava mais que a possibilidades dele ter outra pessoa, e essa raiva podia ser perigosa.

Possessivo, era isso que ele era, mesmo o Yeonjun não estando mais com ele, ele não aceitava perder ele, não aceitava de forma alguma.

Bem, não podemos dizer que ele não deixou isso claro.

— Meu gatinho... — abraçou ele — Só meu.

— Só seu, amor — retribuiu o abraço — E você é só meu.

— Eu sempre fui seu — deu um beijo no topo da cabeça dele.

Bem, nessa época, o Yeonjun não fazia ideia que confirmar aquilo era perigoso, e podia levar ele pra um lugar difícil de sair.

O Hueningkai tinha tudo planejado, iria pedir o Yeonjun em namoro naquele dia, não conseguia imaginar o que podia dar errado, além do mais velho não aceitar.

Ele estava nervoso, mesmo que o Yeonjun demonstrasse gostar dele, ele tinha medo que o mais velho ainda tivesse sentimentos pelo Soobin.

Então, o Hueningkai levou o Yeonjun na sorveteria que ele se conheceram, e o mais velho não imaginava que seria pedido em namoro naquele dia, mesmo percebendo o nervosismo do Huening.

Quando o mais novo foi ao banheiro, o Yeonjun ficou ali mexendo no celular, enquanto tomava sorvete, até perceber uma pessoa ao seu lado, que, infelizmente, não era o Hueningkai.

Respirando fundo, o Yeonjun olhou pra pessoa com expressão de tédio, já estava cansado das tentativas do Soobin de tentar se reaproximar.

— Soobin, o que você quer?

— Nada, só vim conversar com você, agora que seu namoradinho saiu um pouco.

— Eu não tô namorando com ele.

— Por que?

— Sei lá, ele não pediu ainda — respirou fundo — Ai eu não sei nem porque eu tô conversando com você, Soobin, a gente não é amigo.

— Eu acho que é porque... — passou um braço em volta do ombro dele — Você ainda gosta de mim.

— Sem chance, sinto muito — afastou ele.

— Eu sei que você vai voltar pra mim, você também sabe.

— Para de viajar, Soobin, eu nem lembro da sua existência mais — estava sem paciência.

O Soobin negou com a cabeça rindo, realmente não acreditava, tinha certeza que o Yeonjun voltaria atrás uma hora ou outra, ele era tão convencido que o Yeonjun tinha vontade de dar um soco nele.

— Vai dar uma chance pro mestiço, então?

— Ele tem nome, sabia? Se comporta como um ser humano uma vez na vida.

— Eu tenho pena dele, sempre vai ser segunda opção, nunca o escolhido.

— Você já pediu pra voltar comigo umas 10 vezes nos últimos quatro meses, segunda opção seria você, se eu resolvesse voltar quando estivesse carente — cuspia as palavras — Não é porque um dia eu gostei de você que ele é segunda opção, não tem ninguém que eu namoraria além dele agora, e eu acho que isso te incomoda, porque enquanto ele é minha primeira opção, você não tem capacidade pra ser nem a última.

— Yeonjun... — segurou o pulso dele com força — É melhor você não testar minha paciência, eu tô falando sério.

— Eu não tenho medo de você.

Então, vendo que o Hueningkai estava voltando, o Soobin segurou o rosto do Yeonjun, segurando ele em um selinho demorado, que ele não conseguiu afastar.

Quando viu aquilo, os olhos do Hueningkai se encheram de lágrimas na mesma hora, ele ficou ali paralisado olhando aquilo, tentando segurar as lágrimas, sentindo seu coração ser partido.

E então, o Soobin finalmente soltou o Yeonjun, que na mesma hora viu o Hueningkai, e sabia exatamente o que o Soobin tinha feito.

— Kai...

O Hueningkai não conseguiu responder nada, só saiu dali em passos rápidos, conforme as lágrimas começavam a cair sem controle.

O Yeonjun sentiu ódio do Soobin, se perguntava como tinha amado ele um dia, e quando viu o sorriso cínico que ele tinha no rosto, sentiu que iria explodir.

— Seu desgraçado, me deixa em paz — levantou.

— Corre, seu namoradinho tá indo embora, ele parece chateado.

Sem tempo pra responder as provocações do Soobin, o Yeonjun saiu dali o mais rápido possível, procurando pelo Hueningkai.

Como se as coisas não estivessem ruins o suficiente, ainda começou a chover, deixando tudo ainda mais difícil.

O Yeonjun a fazer o caminho pra casa do Huening, e encontrou ele, que andava rápido, ao mesmo tempo que chorava. Então, ele foi até o garoto, segurando seu pulso.

— Kai, espera, por favor.

— Você não precisa se explicar — não conseguia olhar pra ele — Eu imaginava que você ainda gostasse dele.

— Mas eu não gosto dele.

— Mas eu vi, você e ele, vocês... — tentava parar de chorar.

— Kai, eu te amo — falou alto, cortando ele.

O Hueningkai ficou em silêncio, a expressão dele era de surpresa, estava completamente em choque com aquelas palavras do nada, fazia muito tempo da única vez que o Yeonjun tinha dito aquilo. Mas, dessa vez, parecia tão sincero.

— Você... — olhou pra ele — Você me ama?

— Sim — segurou uma das mãos dele, fazendo carinho — Eu te amo muito.

— Mas você e ele se beijaram.

— Eu não faria isso com você — respirou fundo — Ele apareceu lá, ficou falando um monte de besteira, e depois me segurou, e forçou aquele beijo, só porque você tava vendo.

Respirando fundo, o Hueningkai decidiu que não queria brigar, nem ficar chateado, só queria ficar com o Yeonjun.

— Eu acredito em você, e... — deu um beijo na mão dele — Eu também te amo.

Sorrindo, o Yeonjun o abraçou, aquele abraço quentinho e confortável, o Hueningkai tinha o melhor abraço do mundo, ele era a definição de conforto.

Eles não se importavam com a chuva, quando estavam juntos, era como se qualquer clima se tornasse sol, afinal, eram o sol um do outro.

Ficaram alguns minutos ali, abraçados, até o Hueningkai se lembrar do que tinham ido fazer naquela sorveteria, não perderia mais tempo.

Então, ele saiu do abraço, deixando o Yeonjun confuso, e segurou as mãos dele novamente, sentindo o nervosismo tomar conta de si.

— Eu quero te falar uma coisa, ou perguntar sei lá... — se perdia nas palavras — Eu tô tão nervoso.

O Yeonjun sorriu fraco, achando o nervosismo do garoto fofo, e fez carinho nas suas mãos pra o acalmar.

— Fica calmo, pode me falar qualquer coisa.

Do nada, a expressão do Hueningkai começou a mudar, ele fechou os olhos com a respiração ofegante, e o Yeonjun começou a ficar preocupado.

— Kai, tá tudo bem?

Então, o Hueningkai simplesmente desmaiou.

Ele devia ter prestado mais atenção no que tinha naquele sorvete, e quem tinha feito ele.

"Você gosta dos meus biscoitos? Eles são feitos apenas para você
Um pouco de açúcar, mas muito veneno também"

Um Segredo: Eu Te Amo [Yeonbin +18]Onde histórias criam vida. Descubra agora