O paraíso em mãos [4]

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À luz crepuscular da alma, ecoam as vozes internas, persistentes em sua fúria e insaciáveis em sua ânsia de atenção. Como um turbilhão emocional, conflitos inundam a mente e o coração, repetindo frases de auto-ódio que crescem em proporções insuportáveis, quase como se a escolha fosse ceder ao desespero ou resistir à dor.

Entretanto, é nesse território inóspito que a verdadeira luta começa. A mente é uma prisão biológica, e quando o humor se desloca para lugares maníacos, a loucura espreita à espreita. O desejo de gargalhar, de manter as boas amizades e de observar a vida com olhos mais leves é uma bússola, uma conexão tênue com a sanidade que resiste à escuridão que ameaça engolir tudo.

E no epicentro dessa batalha interior, ela confronta seu maior inimigo: ela mesma. Acalmando a agonia que a consome, ela se sente aprisionada em uma muralha construída em torno de seu oásis pessoal, uma ilusão de paraíso que ela se recusa a deixar ir. Mas ela sabe que é uma farsa, que o status que ela tanto deseja é um mero espelho de suas próprias ilusões. Mesmo assim, ela agarra-o com força, desesperadamente tentando afastar a dor.

Enquanto se mantém em lugares bonitos, ela sabe que o paraíso está em suas mãos. Mas a verdade é que ela não pode escapar de si mesma. Ela é sua própria prisão e sua própria salvadora. Uma alma atormentada, em busca de um refúgio que talvez nunca venha a encontrar.

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