O iluminado [5]

0 0 0
                                    

Aqui estou, um ser efêmero e inexpressivo diante da grandiosidade cósmica, desbravando os intricados labirintos da existência. Diante do espelho, portal enigmático que reflete a minha própria essência, detenho-me em cada minúcia, nas sutis distinções que se revelam, desde os delicados relevos das feições faciais até a intrincada tapeçaria dos cabelos que adornam minha fronte. Cada linha, cada curva, narra a crônica inscrita na minha pele, testemunho vivo das alegrias e infortúnios que permearam minha caminhada.

Permita-me agora direcionar meu olhar para além desse reflexo íntimo e desvelar o vasto panorama que se descortina aos sentidos. Existem aqueles que, como faróis luminosos, cruzam os caminhos alheios, derramando com generosidade seus raios de luz como sóis fulgurantes. Cada passo desvenda um enigma, uma coreografia divina executada por bailarinos celestiais. Suas palavras, melodiosas e límpidas, ecoam nos recônditos das almas, acendendo brasas adormecidas e iluminando a senda dos navegantes desafortunados na escuridão.

Por outro lado, há aqueles que preferem trilhar as veredas sombrias, mergulhando nas penumbras que os envolvem, como um manto de melancolia e mistério. Movem-se com passos furtivos, cada um habitando sua própria esfera de sombras. Não tenho a intenção de julgar suas escolhas, mas sim exaltar a singularidade que permeia cada trajetória. Pois, mesmo sem uma lanterna que guie pelos recônditos mais tenebrosos da existência, não se subtrai o esplendor que emano. Nessas profundas trevas, há de se encontrar a luminosidade intrínseca, capaz de transpassar o véu sombrio e iluminar o horizonte que se avizinha.

As Vivências Onde histórias criam vida. Descubra agora