Capítulo I

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GOJO

5 MESES DEPOIS...

Tenho vinte oito anos e minha mãe ainda me arrasta para festas como se eu tivesse oito, tudo bem que a festa em questão é o casamento de Nanami mas ainda assim, eu sou um adulto, não sou?

— Olha que coisa mais linda, Gojo. — Ela aponta para uma parede cheia de flores e parece encantada com isso, eu particularmente não achei nada de mais, mas não vou dizer isso a ela, não mesmo.

— Sim mãe, muito lindo.

Meus olhos estão pesados, dormi nada no avião e quando mal cheguei em casa, três horas atrás, minha mãe como uma boa mãe que é, me ligou falando que era para eu ir buscá-la daqui a meia hora em ponto pois estávamos indo ao casamento de Nanami. Perdemos a cerimônia na igreja por conta do trânsito, mas conseguimos chegar a recepção. Sinceramente nem lembro se fui convidado, minha mãe sim, ela era dona de um ateliê de noivas, ateliê esse que Sofie comprou seu vestido e se não bastasse isso, nossas mães faziam aula de tango juntas, o que faz total sentido ela está aqui.

Como o casamento está acontecendo em plena luz do dia, pude colocar meus óculos preto para disfarçar meu cansaço da viagem, viagem essa que eu não pretendia que tivesse se estendido tanto mas uma coisa levou a outra e o que era pra ter durado dois meses se tornou cinco.

Meu celular que estava em meu bolso vibra e paro de fingir que tô entendendo o que minha mãe estava falando e leio a mensagem. Quando volto a erguer a cabeça vejo que minha mãe já não está mais ao meu lado, mas em compensação havia uma bela ruiva me encarando.

Olho rapidamente ao meu redor e de onde estou posso ver a cabeça de Geto, ele está de costas para mim enquanto conversa com Mei, decido ir onde eles estão depois, e quando dou um passo indo em direção a ruiva sou interrompido pela voz de minha mãe:

— Querido, olha quem eu encontrei.

Me viro de onde veio a voz dela já esperando encontrar Sofie, já que encontramos Nanami na entrada cumprimentado os convidados e pareceu surpreso em me ver ali, e sério, não sei se realmente fui convidado.

Fico surpreso em ver que a pessoa que minha mãe está segurando o braço alegremente é nada mais nada menos que Utahime. Utahime, a última vez que a vi foi a alguns meses quando a gente transou no banheiro daquela boate, o sorriso que dou relembrando daquele dia morre quando vejo seu olhar de desespero em minha direção, certo, tínhamos um acordo de ninguém descobrir sobre aquilo.

— Oi gatinha.

— O-oi.

Franzo a testa, ela nunca me respondeu quando eu a chamo assim, e muito menos gaguejava. Começo achar que é por conta de minha mãe, mas lembro que até minha mãe sabe do nosso dilema de gato e rato e ela nunca se importou com quem estava presente quando me chamava de bastardo.

Observo Utahime atentamente, estava usando seu penteado de costume porém de um jeito sofisticado, cabelos soltos com um laço atrás, um laço branco pra combinar com seu vestido rosa claro e nos pés usava um all star branco, um pouco fora do comum já que todas as mulheres presentes estavam de salto, mas o estilo combinar com ela, estava bem fofa pra dizer a verdade. Mas o olhar de espanto em seu rosto já estava me deixando desconfortável.

— Não a provoque Gojo, no seu estado Utahime não pode se estressa, não é querida?

Utahime não responde.

— Como assim? — no meu ver ela parece bem, será se ela descobriu alguma doença e eu não estou sabendo?

— Está de quantos meses? Quase não dá pra ver com esse vestido.

Foi só quando minha mãe colocou a mão em sua barriga que vi a protuberância que havia ali. Na minha rápida avaliação que fiz alguns segundos atrás, pelo visto deixei esse mine detalhe passar.

Utahime estava grávida.

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