Capítulo XXX

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GOJO

Eu sinceramente não sei o que está acontecendo comigo, será algum tipo de enfermidade? Vou dizer que sim, pois não faz sentido eu estar de pau duro enquanto assisto Ieiri dançando na pista de dança com Mei, Sofie e Utahime uma música que por motivo nenhum estou achando sensual. E não, não estou com as bolas doendo por causa da mulher de Nanami e muito menos por causa da minha amiga, sério, que nojo, me encontro assim por causa de Utahime, minha esposa.

Não sou idiota, ela é gostosa, mas irrita-la era mais divertido. Pelo menos era isso que eu achava até nossas vidas mudarem completamente por conta de uma gota pré-ejaculatória que foi capaz de engravidá-lá.

Duas horas atrás havíamos nos casados em uma capela com a presença do Elvis Presley, tiramos várias fotos com o cara e saindo de lá fomos atrás de uma joalheria para comprar nossas alianças, nos casamos usando uma aliança de pirulito, isso que acontece quando você se casa em cima da hora. Agora estamos em uma balada comemorando nosso iminente casamento, mas ainda pretendo ir em um casino, vim em Vegas e não ir em um casino é a mesma coisa de dizer que não veio.

— Você deveria chegar logo nela. — ouço Nanami dizer para Geto que observa Ieiri dançar com as meninas. Tenho uma sensação de Déjà vu.

— Fui um idiota com ela, fiz algo que não deveria e agora não sei como contornar isso.

— Sinceramente Geto, que merda passou pela sua cabeça quando pensou em fazer isso com ela? — me intrometo.

— Eu achei que estava fazendo o certo. — ele tira um cigarro do bolso e coloca na boca, mas como não pode fumar aqui dentro, por ser um local fechado, levanta e diz que vai lá fora fazer isso. Eu e Nanami assistimos ele se afastar em silêncio.

Nesse momento o homem ao meu lado levanta e começa a ir em direção a pista de dança.

— Aonde você vai? — pergunto vendo Nanami arrumar a gravata.

— Fazer companhia a minha esposa, você deveria fazer o mesmo. — Faz um sinal para eu olhar para a pista de dança e assim eu faço, e a cena que eu vejo me faz levantar também.

Utahime está usando um vestido branco, um que ela tinha em seu guarda-roupa e achou que ele seria perfeito para casar, em seus cabelos tem um laço branco junto com o véu que Mei comprou na capela para deixar Utahime o mais noiva possível. Quem olhasse pra ela ia ver uma noiva, mas isso não foi o suficiente para deixar alguns vermes se aproximarem dela, e como ela já tinha bebido algumas, conversava com o cara a sua frente com um sorriso alegre, que o mesmo levou como deixar para colocar a mão em seu braço, ou teria colocado se eu não tivesse impedido.

— Gojo? — pergunta surpresa.

— Oi querida. — Olho para ela com um sorriso e solto o pulso do cara.

— Você disse que não dançava.

— Abri uma exceção. — Fico em sua frente fazendo ela perder o contato com o desconhecido, e funciona pois ela só tem olhos pra mim, e o sorriso em seu rosto aumenta.

— A gente se casou!

— Sim. — Coloco minhas mãos em sua cintura e trago seu corpo para o meu.

— Não é uma loucura?! — coloca os braços em meu pescoço e eu começo a fazer passos de valsa, o que não combina nada com a música que está tocando e os corpos ao nosso redor pulando.

— Uma loucura total.

— Se me falassem que eu casaria com o idiota que falou da minha cicatriz no momento que me viu eu ia rir na cara da pessoa e mandar ela bater três vezes na madeira. — ela rir da própria piada, o que significa que ela já estava bêbada e que tava na hora dela sentar e beber água para aguentar o resto da noite. Resolvo nos tirar da pista de dança.

— Você tem sorte de que eu te amo.

Utahime para de repente e olha pra mim com raiva.

— Você não fez isso! — aponta o dedo no meu peito.

— O que? — pergunto confuso.

— Era pra eu falar que te amo primeiro.

Dou uma risada quando ela se afasta de mim e vai em direção a nossa mesa vazia. Nanami está com Sofie, não consigo ver os cabelos platinados de Mei, no entanto consigo ver Ieiri e Geto conversando em um canto e quando vejo ele segura o rosto de Ieiri desvio o olhar. Utahime senta e tenta pegar o drink em cima da mesa, mas eu pego antes.

— Nada disso, vamos ao casino depois e não quero ficar preocupado se minha mulher está passando mal.

Vejo ela funga.

— Utahime, você tá chorando?

— Eu não estou chorando!

E não está mesmo, mas gosto de provocá-la.

— Agora vamos deixar você sóbria, quero relembrar os velhos tempos transando com você no banheiro antes de irmos embora.

Ela riu.

— Não acredito que você conseguiu me seduzir com essa boca suja.

— Eu acho que foi meus olhos.

— Não posso dizer que seus olhos são irritantes pois os de Yumi são iguais, então... — da de ombros.

— Alguma coisa você viu e percebeu que valia a pena em mim.

Utahime me encara, e eu encaro de volta seus olhos castanhos, assim como sua cicatriz e seus lábios rosados que estão pedindo para serem beijados.

— Gojo?

— Sim?

— Eu te amo.

— Eu já sabia.

Abro um sorriso malicioso para disfarçar a sensação de embrulho no estômago, junto com uma explosão de energia enquanto ela me olha. Sim, eu também amo essa mulher.

Utahime revira os olhos.

— E eu topo sua proposta.

— Sério?

Concorda, e vou com intenção de beijá-la mas me impede.

— Com uma condição, ninguém pode saber disso, ou ver a gente entrando no banheiro.

Concordo tentando chegar em seus lábios novamente, mas ela me para, de novo.

— Sou mãe agora, não quero ser presa por atentado ao pudor com o pai de minha filha.

— Você sinceramente tá acabando com o clima, mas tudo bem, eu prometo, mais alguma coisa?

— Não.

— Ótimo. — seguro seu rosto e finalmente a beijo.

E por Deus, se beijar ela fosse preciso sempre fazer uma promessa, eu faria quantas malditas promessas ela pedisse.

FIM!

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