Técnica Reversa

Capítulo XIII

GOJO

Estou escovando os dentes quando minha mãe ligar pela segunda vez, e sei que deve ser algo sério pois ela volta me ligar logo depois da segunda chamada cair na caixa postal. Atendo o celular ainda com a boca cheia de espuma.

— Gojo Satoru, que história é essa que você engravidou alguém?

— O que? — cuspi a pasta.

— Sofie foi buscar sua mãe como de costume nos dias de nossas aulas de tango e ela me ofereceu carona quando comentei que estava sem carro, e chegando em casa ela me deu os parabéns pela neta.

Eu vou estrangular a mulher de Nanami.

— Respondi obrigada no automático, mas quando ela se afastou que me dei conta do que ela falou. Você engravidou uma mulher?

Não tem porque mentir.

— Sim.

— Ai meu Deus. — Sei que minha mãe se afastou do celular pois sua voz está distante quando repete várias vezes "aí meu deus". Quando ela retorna pegar no celular já terminei de escovar os dentes. — E tem certeza que é seu?

— Absoluta.

— E quem é ela?

— Utahime.

— Como?

— A mulher que eu engravidei é Utahime, o bebê que ela está carregando é meu.

A linha fica por tanto tempo em silêncio que acho que a ligação caiu, mas com uma rápida olhada percebo que é só minha mãe em silêncio.

— Mãe?

— Vocês... como...você é amante dela? — bem que eu queria — Você está brincando comigo?

— Não estou.

— Você seduziu Utahime, oh meu Deus, pobre Ian.

Reviro os olhos.

— Mãe, Ian e Utahime já terminaram faz tempos, quando a gente se envolveu eles não estavam mais juntos.

— E porque estou sabendo só agora que vou ser avó? Vou conversar com Utahime amanhã.

— Não!

— Não porque?

E eu explico toda a situação para ela, a gravidez de risco, o fato de eu estar morando temporariamente com Utahime, ela pareceu entender mas ainda assim queria vê-la com os próprios olhos, falei que se a mesma concordasse, poderia vim, ela concordou. E assim minha mãe foi contida por hora.

♧♧♧

Já passava da meia noite quando finalmente fui ver Utahime e a encontrei praticamente dormindo, pensei em voltar, mas assim que percebeu movimentos na porta de seu quarto mandou eu entrar. 

— Oi — boceja afastando os lençóis de seu corpo. Estava usando um pijama que a parte de cima era uma blusa regata azul, que mal cobria sua barriga, que combinava com sua calça de tecido cheia de nuvens.

— Você está quase dormindo.

— Falou certo, quase, toda vez que ela me chuta eu desperto, então converse com ela e peça para ela deixar eu dormir. 

Me aproximo sentando do lado direito da cama e me inclino para perto de sua barriga. 

— Você deveria deixar sua mãe dormir. — vejo o movimento que sempre me deixa fascinado e com um sorriso idiota no rosto. — Hoje vou contar sobre o meu super mega equipamento de treino que eu trouxe. 

— Estou curiosa para saber como é esse equipamento. — Utahime está de olhos fechados quando fala.

— Amanhã você vai ver.

— Hm.

Retorno à fala com sua barriga sobre coisas triviais, mas ficar inclinado por muito tempo estava matando minha coluna e digo a Utahime que vou me deitar um pouco e ela grunhiu uma resposta e eu levo isso como um sim. Deito de lado, pois nessa posição consigo conversar com o bebê e observar Utahime, que realmente deve estar cansada, pois em nenhum momento reclamou por minha mão passar mais tempo que o necessário tocando seu corpo. 

— Não foram só os peitos que cresceram, hoje você está relativamente mais grande, princesa. 

— Idiota. — levo um leve tapa na cabeça. 

— Eu tô falando da bebê. — rio deitando minha cabeça na cama — Precisamos pensar em um nome para ela, já pensei em alguns.

— Pra falar a verdade eu não pensei em nenhum, então pode ser qualquer um dos seus. — Quando sinto a mão de Utahime em meus cabelos não me atrevo a me mexer.

— Tem certeza?

Ela concorda.

— Em minhas outras gestações eu... — começa mas para, passa um tempo em silêncio mas volta a falar ainda mexendo em meus cabelos distraidamente — Eu escolhi os nomes antes mesmo de saber o sexo, tenho medo de escolher dessa vez e acontecer algo, é bobo, eu sei, mas não quero arriscar.

— Entendo. — queria perguntar sobre essa parte de sua vida que quase ninguém parece conhecer, mas por hora resolvo não me intrometer, e mudo de assunto — Minha mãe descobriu.

— Achei que você já tivesse contado. 

— Eu ia contar no almoço que iríamos ter amanhã, mas ela descobriu por Sofie antes.

— Sofie contou pra ela? — ela para de mexer em meus cabelos, uma pena.

— Não foi intencional, ela parabenizou minha mãe pela neta e o resto você deve imaginar. 

— Ela reagiu muito mal?

— Ela me ligou agora pouco e me acusou de ser seu amante e que eu estava estragando uma família por ter te seduzindo.

Utahime rir e retornar a fazer carinho em minha cabeça, fecho os olhos por alguns segundos, aprecio o seu toque.

— Ela quer saber se pode vim vê-la amanhã, eu expliquei sua situação e ela prometeu se comportar. 

— Nora é a definição de elegância, diferente de seu filho.

Aproximo meu rosto de sua barriga e sussurro para o bebê ali:

— Eu sou o cara mais legal que sua mãe teve o prazer de ver pelado.

— Não diga essas atrocidades para nossa filha. — não me passa despercebido que ela falou "nossa filha" em vez de "minha filha".

A conversa vai mudando de ritmo, ficando mais arrastada conforme o sono vai me pegando. Não sei em que momento dormi, mas o pensamento de que Utahime tinha um cheiro delicioso foi o último que tive antes de apagar.

🗣 Olá! Preciso da ajudinha de vocês. Como uma boa libriana estou indecisa entre três nomes para dar pro bebê Satoru, então resolvi deixar essa decisão para vocês leitores, EBA!

As opções são: Enma, Yumi e Zoe.

Nos comentários vou comentar os nomes e seus significados do lado, aí você curte seu nome preferido e o que tiver mais curtidas vai ser o nome do bebê! Se você puder fazer esse favor pra mim vai me ajudar bastante.

Obrigada por estarem lendo Técnica Reversa e até o próximo capítulo! 🥰