Capítulo XXVII

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GOJO

Se eu soubesse que o namoro vinha acompanhado de tantos privilégios eu já teria feito isso antes. Alguns minutos atrás eu estava cortando abacaxi quando Utahime entrou na cozinha.

— O que você está cortando?

— Abacaxi.

— Ouvi dizer que isso deixa seu esperma doce, quer testar mais tarde?

Virei minha cabeça tão rápido em sua direção que acabei estralando meu pescoço.

— Eu já comi alguns, que testar agora?

— Pode ser.

Isso explica minha atual posição, estou segurando a bancada da cozinha com uma das mãos enquanto a outra segura os cabelos de Utahime enquanto ela está ajoelhada em minha frente.

Nesse momento a porta da frente da casa abriu. Da cozinha consigo ver quem entrou, a pessoa também consegue me ver, mas não pode ver Utahime que se encontra ajoelhada, parecendo não ter escutado o som da porta se fechando.

Ieiri me ver e acenar, prestes a dizer algo mas grunhi um gemido que a faz parar, e quando percebe os movimentos que estou fazendo abre a boca em choque.

— Shhh. — digo tanto para Ieiri, para ela manter a boca fechada, como para Utahime que quase se engasgou quando levou meu pau muito fundo sem estar preparada. — Yumi. Lá em cima. Vai!

Gesticulo com os lábios para ela subir, e assim ela o faz, mas antes fingindo ter ânsia de vomitar enquanto sobe as escadas, fazendo barulho. Utahime escuta e infelizmente para o que está fazendo. Sinceramente, eu vou matar Ieiri.

— O que foi isso? — pergunta ofegante, seus peitos subindo e descendo na blusa regata conforme respira rápido.

— Nada. — Ergo ela no chão e beijo seus lábios urgente, mas ela quebra o beijo e olha para as escadas.

— Eu escutei alguém subindo.

— Foi impressão sua.

— Gojo...

— Utahime...

— Vou dar uma olhadinha lá em cima.

Eu vou muito matar Ieiri.

— Em cinco minutos, pode ser? Estou ficando com as bolas roxas e só você pode ajudar elas no momento. — faço beicinho e Utahime revira os olhos, mas volta a me beijar.

— Cinco minutos. — repete.

— Apenas cinco minutos, eu prometo.

♧♧♧

Vinte minutos depois estou terminando de subir minha calça moletom e Utahime de vestir sua blusa quando Ieiri aparece na cozinha segurando uma Yumi sonolenta nos braços, os olhos inchados como se tivesse acordado agora.

— Já terminaram?

— Ieiri? Quando você chegou? — Utahime pergunta, já ficando vermelha de vergonha, o que é bem adorável de assistir.

— Tempo o suficiente para ser traumatizada.

Riu enquanto abro a geladeira e pego água, como estou de costas não vejo Utahime se aproximar e dá um tapa em minhas costas, e como estou sem camisa o tapa arde.

— Você falou que não tinha chegado ninguém.

— Acho que preciso de óculos, tenho certeza que não vi Ieiri entrando com as chaves extra da casa a meia hora atrás.

Abre a boca para argumentar, ou me xingar, mas é interrompida por Yumi choramingando e chamando a mãe com as mãos pequenas, fazendo Utahime esquecer completamente que Ieiri viu ela fazendo um boquete em mim.

— Vou tomar um banho e escovar os dentes rapidinho e a mamãe já vem. — e sai correndo da cozinha para fazer o que disse.

Lavo minhas mãos na pia e pego Yumi dos braços de Ieiri, ela deita a cabecinha em meu tórax e choraminga, ela sempre fica de mal humor assim que acorda e depois que completou seis meses parece que ficou mais exigente.

— Você se comportou bem hoje, não interrompeu o papai e a mamãe, se continuar assim vou ter que comprar aquele tubarão rosa que você adora assistir.

Ieiri ri e a campainha da frente soa fazendo Yumi se assusta e começa a chorar, Ieiri vai atender a porta e Geto entrar me deixando curioso. Nenhum dos dois avisou que estava vindo.

— Quem diria que você se tornaria um ótimo pai. — Geto diz quando chega na cozinha.

— Claro que eu seria um ótimo pai, sou bom em tudo que faço. — balanço Yumi tentando acalmá-la.

— Sabe Gojo, você deveria se achar menos.

— Eu prefiro morrer. — ambos riem, e Utahime volta para a cozinha neste exato momento e para franzindo a testa quando ver Geto.

— Geto?

— Cunhadinha.

— O que devo o prazer da visita dos dois? — senta em um dos bancos altos da cozinha, olhando para os dois em sua frente. Faz um gesto para eu me aproximar e pega Yumi ainda choramingando de meus braços. Utahime trocou sua blusa e short por um vestido longo com alças finas, ela abaixa uma das alças e revela brevemente seu seio antes do bebê começar a se alimentar, Geto está encarando o teto como se tivesse algo muito interessante ali.

— Precisamos conversar com vocês.

— Do que se trata? — apoio os cotovelos no balcão e olho para meus amigos. É Ieiri que começa.

— Precisamos que vocês dois sejam nossas testemunhas.

— Vocês mataram alguém? — pergunto o óbvio.

— Claro que não!

— Menos mal, eu mentiria sobre um assassinato de boas, o problema seria minha digníssima namorada.

Utahime olha para mim em desaprovação e dou de ombros, não estou mentindo.

— E seríamos testemunhas de que, exatamente?

É Geto que responde a Utahime.

— Do nosso casamento.

E de todas as coisas que imaginei que eles pediram para sermos testemunhas, casamento com certeza não era uma delas.

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