Capítulo XII

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UTAHIME

Faz quatro dias que Gojo veio morar comigo e nunca vi uma pessoa se sentir em casa tão rápido e em tão pouco tempo como ele. Quem não estava gostando muito disso era Ieiri, mas eu sei que é apenas um ciúmes genuíno pois durante dois meses só era eu, ela e o bebê. Quando descobriu sobre meu sangramento, Ieiri se sentiu culpada e por mais que eu diga que não, não foi sua culpa, ela parecia não me escutar e continuava se lamentando por ter falado umas verdades para mim. E Gojo? Ele não deixava eu fazer nada sozinha, como nesse momento.

— Eu não vou deixar você entrar.

Estou sentada na tampa do meu vaso sanitário enrolada em minha toalha e querendo muito tomar um banho e lavar meus cabelos, mas Gojo na porta do meu banheiro estava me impedindo de fazer isso.

— Você não pode fazer esforço! — ele bate na porta felizmente trancada, novamente — Abra essa porta.

— Você não vai me ver pelada.

Ele fica em silêncio e acho que posso ter vencido essa, mas achei cedo demais pois uma segunda voz se junta a dele.

— Porquê me mandou mensagem sendo que o meu quarto é depois do seu? — é Ieiri. — O que você tá fazendo?

— Utahime se trancou no banheiro para lavar o cabelo mas está negando minha ajuda pois não quer que eu a veja pelada.

— Que besteira Utahime, não é como se ele nunca tivesse te visto pelada.

Esse é o problema, ele não viu.

— Mas eu não vi. — o bocudo diz.

— Como assim?

— A gente usou só as partes principais, sabe.

— Vocês transaram de roupa? Que estranho.

— Era um banheiro, eu não ia ficar pelado em um banheiro de balada.

Ieiri fica calada e não acho que ela foi embora, na verdade deve tá tentando lembrar em que momento estávamos juntos em uma balada e quando parece se lembrar, arqueja surpresa.

— Foi naquele dia? — acho que Gojo concorda pois ela continua — Por isso vocês ficaram quase uma hora sumidos, nossa, deveria ter imaginado, Utahime estava toda desconcertada e você parecia que tinha visto o passarinho azul.

— Eu prefiro quando vocês dois estão discutindo. — digo.

— Vai me deixar entrar? — Gojo perguntando esperançoso.

— Não.

— Mas você é sempre cuidadoso com essas coisas, não usou camisinha? — Ieiri parecia ter esquecido do real motivo de estar ali em meu quarto.

— Gojo não dê mais nenhuma informação para ela. — peço, e ele é claro, ignora.

— Usei, mas teve uma hora no calor do momento que acabei botando sem proteção.

Franzo a testa, ele não tá achando que me engravidou só com aquilo, as probabilidades eram mínimas. Levanto devagar de onde estou sentada e caminho até a porta a destrancando. Minha atenção indo direto para Gojo.

— Mas só foi a pontinha.

— Essa pontinha que é perigosa, sabe quanto esperma acumulado concentrado tem ali?

— Eu não acredito que engravidei de você apenas com a pontinha.

Irei começar a rir, rir pra caramba e se afastar falando "Preciso contar isso para Geto."

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