— Não papai, é da Yumi.— Seus o caramba, faz mais de um ano que você os largou e eles se tornaram inteiramente meus.
A criança cruza os braços e faz cara de brava para o pai, que deita a cabeça em meu seios e finge que está dormindo.
— Yumi não gosta do papai. — vejo seus olhos azuis brilharem com as lágrimas.
Sim, Gojo está batendo boca com uma criança de quase três anos que ficou com ciúmes quando viu o pai segurando meus seios por cima da blusa de dormir. Yumi quando completou um ano não quis mais saber de leite materno, mas quando ela via Gojo me apalpando nesse local falava para ele parar pois eram de Yumi. Ela ainda estava naquela fase de se referir a si mesmo em terceira pessoa e eu achava a coisa mais linda do mundo.
— Porque você não gosta mais do papai? — pergunto enxugando suas lágrimas infantis com a mão livre.
— Ele é mal. — e isso foi o suficiente para ela começar a chorar. Dou um tapa na cabeça de Gojo e levantei para abraçar Yumi, ela me agarra com vontade e enterrar o rosto em meu pescoço, me abraçando com o máximo de força que uma criança de dois anos e nove meses tem.
— Eu estava brincando princesa. — Gojo tenta conversar com ela e Yumi vira o rosto, e Gojo tenta de novo ver seu rosto e ela mostra a língua pra ele, o que é claro faz Gojo solta uma gargalhada.
— Yumi, a gente já conversou sobre isso, é feio da língua pros outros. — corrijo. Ela aprendeu a fazer isso com um desenho de uma menina mal educada que vivia com um urso. Eu odeio esse desenho.
— Papai mal, mamãe. — aponta o dedinho para Gojo ainda rindo. Às vezes eu acho que tenho duas crianças em casa.
— Seu pai consegue ser mais infantil que você querida. — me arrasto para fora da cama com Yumi ainda nos braços, então percebo que estou apenas de calcinha e uma blusa regata. — Você pode ficar em cima da cama enquanto a mamãe procura o short dela? — que está em algum lugar jogado no quarto.
Yumi concorda com o que eu pedi, e assim que coloco ela novamente na cama Gojo puxa seus pés e trás ela pra dentro dos lençóis e cobri os dois em uma cabana. Quando escuto as risadas infantis, sei que ela já esqueceu que estava chateada com o pai. Encontro meu short perto da porta do banheiro.
— Estou indo fazer o café. — aviso, mas não sou escutada pois ambos estão ocupados brincando.
Quase vinte minutos depois os dois aparecem na cozinha, Yumi no colo de Gojo, ainda usando seu pijama de sapinhos e os cabelos brancos amarrados em rabo de cavalo, e Gojo ainda sem camisa usando apenas uma calça moletom azul.
Sim, era uma visão e tanto.
Depois que Yumi é colocada em sua cadeirinha me sento perto dela para ajudá-la a comer caso tenha dificuldade de levar a refeição à boca. Estou tomando meu café e Gojo fazendo sua vitamina quando meu celular começa a tocar, penso em ignorar mas quando vejo o nome de Ieiri na tela mudo de ideia.
— Talvez eu me atrase um pouco. — é a primeira coisa que diz quando atendo, ao fundo posso escutar sons de buzinas de carro.
— Aconteceu algo?
— Nanako acordou não se sentindo muito bem, estou levando ela na pediatra antes de irmos.
— Você vai direto do hospital para a escola?
— Sim, trouxe a roupa dela para trocar no vestiário.
— Minha preocupação não é a roupa. — sussurro.
— Geto vai com Mimiko e Aki primeiro, mas não precisa se preocupar. — uma buzina vem de repente e afastei meu celular do ouvido, quando volto a aproximá-lo, escuto Ieiri conversando com Nanako e pedindo desculpas por ter xingado — Está avisada, tchau. — e desliga na minha cara.
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Técnica Reversa
RomantikAmor e ódio não se excluem, movem-se num mesmo campo e, apesar de possuírem aspectos aparentemente distintos, a relação entre estes dois sentimentos envolve uma ligação entre eles. Gojo e Utahime eram conhecidos por terem uma dinâmica de cão e gato...